Narrativas em Movimento

Mostra CineAfro: Jovens negros exibem curtas produzidos com apoio de R$ 5 mil

Produções dos novos cineastas serão exibidas no Teatro Sesi Casa Branca

Foto: Divulgação/ Amanda Chung
Foto: Divulgação/ Amanda Chung

No dia 30 de janeiro, o Teatro Sesi Casa Branca se transformará em uma verdadeira sala de cinema inclusiva, diversa e representativa com a Mostra CineAfro: Narrativas em Movimento. O evento, gratuito, acontecerá das 13h30 às 19h e exibirá 14 curtas-metragens produzidos por cinco profissionais do audiovisual brasileiro e nove jovens negros e indígenas de Salvador que estão dando seus primeiros passos na sétima arte.

Além das exibições, o público também poderá participar de rodas de conversa com os diretores dos filmes e aproveitar um show de encerramento com o cantor e compositor baiano Zéu Lobo.

A Mostra CineAfro marca a última etapa do Cinerê – Circuito de Produção Audiovisual para Novos Cineastas Negros , projeto idealizado pela Pé de Erê Produções, uma produtora independente e multicultural baiana. O Cinerê visa promover e ampliar o alcance de cineastas negros soteropolitanos por meio da capacitação técnica, produção e difusão de obras audiovisuais.

Com interpretação em Libras, a Mostra contará com três sessões. Ao final de cada sessão, haverá um bate-papo com diretores dos filmes. Entre eles, está Dário Barreto, jovem contemplado pelo projeto responsável pelo curta DinoAnimais, uma animação que narra a história de três amigos que se transformam em dinossauros super-heróis para ajudar crianças a enfrentarem problemas do dia a dia.

“A ideia foi usar algo que crianças acham divertido. A animação tem o poder de entreter enquanto transmite ensinamentos importantes sobre perseverança, trabalho em equipe e a importância de nunca desistir, mesmo diante das dificuldades”, explica Dario.

Foto: Divulgação/ Amanda Chung

Da periferia para as telas

A primeira etapa do Circuito, chamada Laboratório Cinerê, realizou uma seleção pública para jovens dos bairros Cidade Baixa, Subúrbio Ferroviário, Cajazeiras, Brotas e Mussurunga. Portanto, 10 jovens foram escolhidos e receberam o valor de R$5.000 para desenvolver seus curtas.

“Além de impulsionar o acesso de jovens periféricos ao audiovisual, o Cinerê também fomenta a produção de obras de baixo custo”, disse Rafa Martins, idealizador do projeto.

Assim, além dos dez selecionados, o Laboratório envolveu mais 135 jovens em seis atividades de capacitação realizadas em julho de 2024. Foram sete dias de oficinas e três de workshops sobre Roteiro, Direção Audiovisual, Direção de Fotografia, Produção, Edição e Montagem de Filme, e Preparação e Direção de Elenco, ministrados por cineastas renomados como Ana do Carmo, Rogério Sagui e Heraldo de Deus.

Inspirando novas gerações

Após as oficinas, os jovens participaram da segunda etapa do projeto, onde receberam mentoria de profissionais da área como por exemplo Rafa Martins, Mirian Fonseca, Luan Santos, Rogério Sagui e Mateus Anjos. Então, nessa etapa, além de desenvolverem suas obras audiovisuais, os jovens contaram com acompanhamento em todas as fases de produção, desde o roteiro até a pós-produção.

No total, 214 pessoas participaram diretamente da produção dos curtas-metragens, bem como 32 integrantes da equipe do projeto.

“O Cinerê foi uma grande oportunidade de fortalecimento da minha carreira, a partir do incentivo e do contato com profissionais da área”, destacou a cineasta indígena Mamirawá, que produziu o curta de drama YMBURANA.

Em novembro, a última etapa do projeto levou curtas para estudantes do ensino fundamental e médio de três escolas estaduais em Mussurunga, Cajazeiras e Brotas. Ou seja, em cada uma delas, os jovens também ministraram os workshops. São eles “Mobigráfia: a formação da identidade no processo criativo”, “Como produzir um curta: Passo a Passo” e “Produzindo Animação com Ferramentas Acessíveis”.

O Cinerê

Circuito de Produção Audiovisual para Novos Cineastas Negros é uma realização da Pé de Erê Produções. Ele contou, sobretudo, com apoio do Teatroescola e assessoria especializada em inclusão e diversidade Dê Um Sinal.

Nesse sentido, o projeto foi contemplado nos editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura. Todavia, a Paulo Gustavo Bahia foi criada para efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural. Desse modo, ela visa cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.

Programação

  • 13h30: Chegada do público;
  • 13h50 às 14h10: Mediação e apresentação da mostra e do projeto com Rafa Martins;
  • 14h20 às 18h20: Mostra e bate papo com os diretores dos curtas;
  • 18h30: Show voz, violão e percussão.

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