A ausência do prefeito Adalgizo Cândido de Souza (PV), de Santa Lúcia, no sudoeste do Paraná, irritou os moradores. Ele tirou férias por cinco dias, viajou e deixou a cadeira do Executivo vazias.
A prefeitura ficou sem comando porque o vice-prefeito pediu exoneração do cargo no ano passado; depois dele, pela sucessão legal, quem deveria assumir era o presidente da Câmara, mas ele é candidato a reeleição e não pôde; a última opção, de acordo com a Lei Orgânica do Município, seria o procurador jurídico municipal — em Santa Lúcia, entretanto, o cargo não existe.
Valdelice Menezes diz que a cidade ficou 'sem pai nem mãe' (Foto: Arquivo pessoal)
Moradora Valdelice Menezes diz que a cidade ficou
'sem pai nem mãe' (Foto: Arquivo pessoal)
"A prefeitura virou a casa mal-assombrada. Se eu, como mãe, sair, vou deixar meus filhos sozinhos, sem avisar ninguém? Ficamos sem pai nem mãe", reclama a auxiliar de serviços gerais Valdelice de Almeida Menezes, funcionária de uma escola municipal.
Quem assumiu o cargo, depois de cinco dias sabáticos de Souza, que é candidato à reeleição, foi o juiz eleitoral da comarca de Capitão Leônidas Marques, Arthur Araújo de Oliveira, após pedido de vereadores da oposição de Santa Lúcia. O prefeito suspendeu as férias, que seriam de nove dias, e voltou ao cargo na terça-feira (6).
"É muito triste que a gente, moradores de Santa Lúcia há tanto tempo [ela mora há 40 anos no local], tenha que passar por uma situação dessas", reclama dona Valdelice.
O vereador líder da oposição, Silvano Tortelli (PMDB), afirma que só foi saber da ausência do prefeito no quinto dia de férias, ao ler publicação no Diário Oficial do Município.
"O prefeito não avisou ninguém que sairia. E se tivesse acontecido algo grave na cidade? Quem responderia por ela? Além disso, o município tem despachos diários. Isso é que a gente não consegue entender", diz o vereador.
O prefeito não quis conversar com o G1, mas a assessoria jurídica dele disse que Adalgizo Souza enviou ofício à Câmara sobre o afastamento, mas não teve resposta. Para a defesa, era responsabilidade do Legislativo nomear alguém ao cargo, devido à impossibilidade de o presidente da Casa assumir. A assessoria não informou para onde o prefeito viajou.
Fonte: G1