O verão é uma estação adorada por muitos, mas, para as mulheres, pode trazer desafios adicionais quando se trata da saúde íntima. Com o aumento do calor e da umidade, o risco de problemas vaginais cresce significativamente. De acordo com dados do Ministério da Saúde, as infecções do trato geniturinário estão entre as principais causas de consultas ginecológicas no Brasil, com um aumento relevante durante os meses mais quentes.
A adoção de hábitos saudáveis e cuidados específicos pode reduzir em até 70% o risco dessas ocorrências. Para entender melhor como proteger a saúde íntima feminina, a ginecologista Ivone Nascimento e a nutricionista Ádila Almeida, especialistas da Hapvida Notredame Intermédica, compartilharam dicas valiosas sobre prevenção e cuidados.
Segundo Nascimento, o calor e a umidade aumentam a proliferação de bactérias e fungos, tornando as mulheres mais vulneráveis à candidíase vaginal, às vaginoses bacterianas e à tricomoníase, que variam em suas manifestações, mas costumam incluir coceira, ardor, secreção anormal, dor ao urinar ou incômodo durante relações sexuais. Caso os sintomas sejam persistentes ou graves, ela enfatiza a importância de consultar um profissional.
A médica explica que esses fatores, combinados com o uso de roupas justas e materiais sintéticos, além da exposição prolongada à água, podem desequilibrar a flora vaginal. “Para manter essa região equilibrada, é importante adotar algumas medidas preventivas, como manter a área genital seca e higienizada, evitar duchas vaginais e produtos perfumados, usar roupas leves e de algodão, trocar o biquíni ou a roupa de banho logo após o uso, e, durante ciclo menstrual, é recomendável trocar frequentemente o absorvente”, aconselha a ginecologista.
A alimentação como aliada da saúde íntima
A nutricionista Ádila destaca o papel da alimentação no combate ao crescimento de micro-organismos indesejados na região vaginal. De acordo com a profissional, uma dieta saudável promove saúde intestinal e, consequentemente, um bom equilíbrio da microbiota íntima.
O consumo de probióticos, encontrados em alimentos fermentados, como iogurte natural, kefir e kombucha, pode ser benéfico. “Eles atuam no equilíbrio da microbiota como agentes do bem que neutralizam a ação de microrganismos indesejados”, afirma. Além disso, alguns alimentos com função prebiótica também podem contribuir para a saúde intestinal, como alho, cebola, orégano e aveia. Alimentos hidratantes, como água de coco, frutas, legumes e sucos naturais também são recomendados.
Por outro lado, a especialista destaca algumas condutas prejudiciais à saúde genital e recomenda evitá-las. “O consumo excessivo de açúcar e de carboidratos refinados pode criar um ambiente hiperglicêmico e aumentar a propensão para doenças fúngicas, como a candidíase. Além disso, um sistema imunológico enfraquecido aumenta essa predisposição. Por isso, é essencial uma alimentação equilibrada sempre, com atenção redobrada no verão”, alerta a nutricionista.
Ambas as especialistas enfatizam a importância da hidratação adequada. Ádila explica: “Manter-se hidratado no verão é importante para a saúde geral e tem um impacto direto no bem-estar íntimo. A hidratação auxilia a manutenção do pH vaginal equilibrado, protegendo contra infecções e irritações”. Ao seguir essas orientações e manter uma rotina de cuidados, as mulheres podem desfrutar do verão com mais conforto e tranquilidade, protegendo sua saúde íntima e bem-estar geral.
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