Como prevenir?

Aumento de casos de catapora na Bahia acende alerta

Rede privada dispõe de vacina contra a doença

Foto: Shutterstock
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A Bahia vem registrando um aumento expressivo de casos de catapora, também conhecida como varicela, que é uma doença infecciosa e altamente contagiosa causada pelo vírus varicela-zóster e que pode ser prevenida por vacina.

Nos últimos dois anos, por exemplo, o estado notificou 2.585 ocorrências, sendo 1.214 no ano passado e 1.371, em 2023, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Nos anos anteriores, o registro foi bem menor: 590 casos, em 2022; 309, em 2021; e 384, em 2020.

Em Salvador, somente no ano passado, foram notificados 406 casos, 97 a mais do que em 2023. Já em 2022, foram 129.

A doença se manifesta, com maior frequência, em crianças, causando lesões na pele acompanhadas de coceira. A infecção também pode atingir adultos, como explica o médico infectologista e consultor do Sabin Claudilson Bastos:

“A catapora é uma doença que precisa de atenção, porque seu contágio ocorre facilmente pela tosse, espirro, saliva e objetos contaminados com o vírus. Além disso, a varicela em adultos pode acarretar consequências graves, como encefalite e pneumonia, especialmente em pessoas imunocomprometidas”.

Para prevenir a doença é necessária a imunização, oferecida pela rede pública e privada. No Sabin, por exemplo, as unidades de Salvador, Lauro de Freitas, Camaçari, Santo Antônio de Jesus, Barreiras e Luís Eduardo Magalhães contêm a vacina.

“Se vacinar é extremamente importante para prevenir a contaminação pelo vírus. Por isso, os pais precisam ficar atentos ao esquema vacinal, que deve ser iniciado em crianças de 12 meses. São duas doses com intervalo de três meses. A vacinação também é recomendada para adolescentes e adultos, principalmente para os que não tiveram catapora”, destaca.

Bastos explica, ainda, que os sintomas da varicela (catapora), em geral, são manchas vermelhas e bolinhas no corpo (vesículas), coceira, mal-estar, vômito, cansaço, dor de cabeça, perda de apetite e febre baixa. Eles começam a se manifestar entre 10 e 21 dias após o contágio da doença.

O infectologista ressalta que a transmissão pelo vírus ocorre antes mesmo dos primeiros sinais, de 1 a 2 dias antes do aparecimento das lesões de pele e até 6 dias depois, quando as lesões estão na fase de crostas.

“Por isso, é importante afastar a pessoa contaminada do contato das outras por até 7 dias, a partir do início do aparecimento das manchas vermelhas no corpo. As crianças, por exemplo, não devem ir à creche ou escola”, orienta.

Catapora e herpes-zoster

Conhecida popularmente como cobreiro ou fogo selvagem, a herpes-zoster é a reativação, na idade adulta, do vírus varicela-zóster, o mesmo da catapora. A enfermidade atinge, normalmente, um lado do corpo, provocando o aparecimento de pequenas bolhinhas cheias de líquido cercadas por uma área avermelhada e dolorida. Os sintomas podem durar de duas a quatro semanas.

“Na maioria dos casos, antes mesmo do aparecimento das lesões de pele, os pacientes podem sentir dores nos nervos, febre, dor de cabeça, ardor, coceira e formigamento”, informa o infectologista.

Ele acrescenta que há uma vacina para pessoas com mais de 50 anos que pode prevenir os casos agudos da doença, principalmente para os que já tiveram contato com o vírus.

Indivíduos com mais de 18 anos que possuem algum tipo de imunossupressão também podem tomar o imunizante. Entre eles estão os que tiveram alguma infecção viral, como Covid-19; portadoras de esclerose múltipla, lúpus, câncer, diabetes e pessoas que vivem com HIV. Além disso, pessoas que vão se submeter a transplantes também podem utilizá-lo.

O especialista explica que o vírus permanece latente e inativo no organismo por anos após a pessoa ter catapora. Ele pode ou não se manifestar em algum período da vida, e pode reativar durante episódios de baixa imunidade e/ ou estresse.

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