Com o objetivo de combater a violência contra a população LGBT e debater o papel do poder público nesse processo, será realizado no próximo dia 08, quinta-feira, na sede do Ministério Público, em Nazaré, o seminário “Diga Sim ao Amor – 2º Encontro das Mães pela Diversidade na Bahia”. O encontro será marcado pelo lançamento da campanha “Famílias contra a Homofobia / LGBTFOBIA”. A campanha faz parte da segunda etapa do projeto, que teve início com os casamentos homoafetivos, cuja primeira edição ocorreu em Santo Amaro. Nessa segunda fase, o projeto pretende envolver mais diretamente as famílias da população LGBT na luta.
De acordo com levantamentos de entidades internacionais, o Brasil é o país com maior número de crimes provocados por homofobia. Dados do Disque 100 revelam que, em 2015, o País teve 318 homicídios cometidos contra gays, travestis, lésbicas e bissexuais. A Bahia ocupa a segunda posição nacional com 33 mortes, atrás apenas de São Paulo. Em 2016, até o mês de julho, o Brasil já registrou 147 assassinatos dessa natureza, 22 dos quais, na Bahia. Entre os agressores, os familiares ocupam o segundo lugar em agressões, atrás apenas dos parceiros das vítimas, que permanecem na primeira posição. A evolução dos dados revela que essa realidade está se agravando. De 2012 a 2015, os parentes respondiam por 12,32% dos casos de agressão. Em 2015, a participação de pais, avós, mães, irmãos e tios subiu para mais de 15% do total de ocorrências. Para a coordenadora do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (CAODH), promotora de Justiça Márcia Teixeira, é preciso envolver essas famílias de forma a fortalecer a rede de afetos em torno da pessoa LGBT. “É necessário que se estimule o fortalecimento dessa rede de solidariedade, primeiramente dentro de casa. O que estamos fazendo agora é um grande chamamento às famílias para que elas integrem essa tão importante rede de proteção. Por isso, firmamos uma parceria com o coletivo 'Mães pela Diversidade', que vem desenvolvendo um trabalho na Bahia de suporte às famílias e a população LGBT”, salientou Márcia Teixeira.
Fonte: MP-BA/ Foto: Ilustração