Na data em que é comemorado o Dia dos Rodoviários da Bahia, funcionários do extinto Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia (Derba), participaram, no auditório do jornalista Jorge Calmon da Assembleia Legislativa, de audiência pública, presidida pelo deputado estadual Hildécio Meireles (PMDB). “Espero que o governo do Estado reveja o posicionamento de extinção de órgão tão importante para o desenvolvimento econômico da Bahia e que o mesmo seja restabelecido”, afirmou o deputado.
De acordo com Hildécio Meireles, que é presidente da Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo, nada melhor do que a data para evidenciar, mais uma vez, o erro cometido pelo governo ao extinguir o órgão. “O Derba, durante sua existência, foi forte indutor do desenvolvimento econômico do Estado. É preciso conclamar por reparações”, disse o deputado, sendo aplaudido pelos servidores que compareceram em peso à audiência.
Os servidores elencaram muitos impasses ainda enfrentados, a exemplo do não cumprimento de decisões judiciais. “E há aspectos muito mais graves, que envolvem vidas. Basta viajar pelas estradas baianas para ver o péssimo estado em que elas se encontram, por falta de manutenção, problema que se agravou com o fim do Derba”, frisou o peemedebista, citando as estradas e rodovias de sua região, o Baixo Sul da Bahia, nas quais trafega todas as semanas. “De Bom-Despacho, na Ilha de Itaparica, a Camamu, as estradas estão esburacadas”, apontou. Hildécio contou que, na semana passada, saiu de Valença a Nazaré, um trecho de apenas 40 km, e viu de cinco veículos parados na estrada, que não tem acostamento, com os pneus furados devido aos buracos na pista. “Isto à noite, colocando motoristas e passageiros sob risco”, acrescentou, conclamando pela sensibilidade do governador.
CARTA DA BAHIA
O presidente da Associação Sindical dos Servidores do Derba (Sasderba), Nilton Borges Ramos, aproveitou a oportunidade para apresentar a Carta da Bahia, onde os funcionários apelam às autoridades competentes, principalmente ao governador Rui Costa para que, “à luz da razão e de uma reflexão mais ponderada, possam, de fato, enxergar, com meridiana clareza, o mau passo que deram com a extinção do Derba”. No documento, eles advertem que “o Brasil vive, hoje, uma situação de desmonte, desvalorização, esvaziamento e até extinção dos Departamentos Regionais de Estradas de Rodagem (DERs), como, lamentavelmente ocorreu na Bahia, abrindo caminho para terceirização das obras de infraestrutura rodoviária, para a multiplicação dos pedágios e também para a privatização das rodovias, com a entrega das melhores estradas para a iniciativa privada”, descreveu Borges.
Borges disse também que a extinção do Derba originou um imenso vazio com relação à responsabilidade e ao dever de prevenção, conservação, melhoramento e construção das rodovias. Vazio que este que, poderá acarretar graves prejuízos à população e ao erário público, haja visto que os quase 20 mil Kms da malha rodoviária estadual, mais as pontes, as sedes das vinte Residências de Manutenção e os equipamentos, totalizam um patrimônio avaliado em torno de R$ 30 bilhões e que está sendo criminosamente dilapidado”, concluiu Borges.
Compuseram a mesa, além de Nilton Borges; Adolfo Garrido, presidente da Federação Sindical dos Servidores dos Departamentos de Estradas e Rodagens do Brasil; João Domingos, presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil; Lineu Neves Mazano, Secretário Geral da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil e Henrique Luduvice, presidente da Associação Brasileira dos Departamentos Estaduais de Estradas e Rodagens.
Fonte: ALBA