O PP almeja lançar candidatura própria para governador da Bahia em 2026. Em entrevista ao PSNotícias, o deputado federal e ex-presidente do partido no estado, João Leão, colocou até mesmo seu nome à disposição.
“Nós queremos fazer o governador da Bahia, poderemos até ter candidato à governador. Nós temos Zé Coca, que seria um excelente candidato a governador. João Leão, que apesar da idade avançada, ainda aguenta o rojão. Além dos deputados Cacá Leão, Mário Negromonte Jr. e Cláudio Cajado, que também são bons quadros”, afirmou.
Zé Coca, foi reeleito em 2024 para Jequié e obteve a maior votação da história do município, recebendo mais 95 mil sufrágios. O número representou quase 92% dos votos, enquanto seu oponente, Alexandre da Saúde (PSD), obteve apenas 7.445, ou seja, 8,03%.
Alianças para 2026
Cocá caminhou ao lado do União, PDT, PSDB, Republicanos, Cidadania e PRD. Em entrevista ao PSNotícias, o gestor municipal afirmou que, não importa o lado ou as alianças, mas quer estar envolvido com a escolha do nome da chapa majoritária.
“Não vou dizer que há negociação, pois não foi feita nenhuma negociação neste momento. Agora o PP, pela força que ele tem, pelo o que ele é, claro que tem que estar em qualquer chapa majoritária. Então isso será uma de nossas lutas, e aí avaliaremos os melhores nomes para isso. E eu quero participar diretamente desta discussão”, declarou.
Até 2022, o PP caminhou em conjunto com a base petista, uma aliança que durou 14 anos. Apesar de rompidas, na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) as legendas continuam caminhando juntas.
“Os deputados estaduais estão com essa conversa de voltar para a base do PP, eles já estão lá na base, não precisa ter conversa nenhuma. Nós temos uma aliança política com Bruno Reis em Salvador. Inclusive a nível federal está sendo construída, mas não é fácil de ser feita. Existem mil interesses, cada grupo, cada partido tem seus interesses”, comentou Leão.
PP, União e Republicanos estudam fazer uma federação. Caso formalizado, o grupo contará com 153 deputados e 18 senadores, se tornando a maior legenda da Câmara e a segunda maior do Senado. Essa interlocução está paralisada, em especial pelos entraves das eleições do presidente da Câmara de Deputados. A relação entre PP e União é vista como o principal entrave para formalizar essa junção.
Em meio às discussões, Zé Coca afirmou que precisam unificar a legenda antes de decidir as alianças. “Vamos conversar, identificar as maiores necessidades e projetos, ver o que podemos fazer, em uma decisão que precisa ser conjunta. O partido precisa estar forte, precisamos estar juntos, fortalecer o partido e um projeto de partido. Aí sim, daqui até o final do ano tomar uma decisão”, explicou.
Influência 2024
No último pleito o PP elegeu 44 candidaturas, enquanto que em 2020 elegeu 92 prefeituras, o que representa uma queda de 44,5%. João Leão afirmou que, apesar disso, o resultado do pleito foi positivo, levando em conta quem os partidos apoiaram.
“Nós tivemos muitas alianças vencedoras, como Lauro de Freitas, com Débora Régis. Aliás, na Região Metropolitana conseguimos barba, cabelo e bigode, só ficou faltando a pontinha do cavanhaque, que seria Camaçari. Mas fora isso, Salvador, Lauro de Freitas, Candeias, São Francisco do Conde, Simões Filho”, destacou.
Mesmo com menos eleitos do que em 2020, a legenda se manteve em quarto lugar no número de eleitos, ultrapassando o próprio União Brasil, mas ficando atrás de PSD, Avante e PT. Neste meio do caminho, em 2022, o PP rompeu com a base do governo Jerônimo.
Na época, João Leão, então vice-governador, ficou insatisfeito com o fato da legenda não ter sido escolhida para compor a chapa majoritária. O grupo apoiou ACM Neto, que, em contrapartida, retribuiu o gesto para Cacá Leão (PP), se lançar ao Senador. Nenhuma dessas candidaturas conseguiu se eleger.
Já os petistas se aliaram ao MDB de Geraldo Júnior, que ocupa o lugar, antes preenchido pelo PP, de vice-governador. Agora, o emedebista tem seu cargo posto em xeque, especialmente após a tentativa frustrada de se tornar prefeito de Salvador. Geraldo ficou em terceiro lugar na disputa, com apenas 10% dos votos e já externou publicamente a possibilidade de não continuar no posto do Executivo estadual.
Questionado sobre a possibilidade de retomar o posto de vice na base petista, Leão informou que “não existe nenhuma conversa neste sentido”. Apesar disso, o presidente do PP ainda arrematou:
na política tudo é possível.
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