Vereadora eleita

Eliete Paraguassu relata ameaças de morte e revela pedido de apoio a Carlos Muniz

Vereadora eleita denuncia há anos os problemas em Ilha de Maré e na Baía de Todos-os-Santos

Eliete Paraguassu no Fora do Plenário
Foto: Reprodução/Youtube

Vereadora eleita em Salvador com 8.479 votos, a líder comunitária e quilombola Eliete Paraguassu (PSOL) será a voz de Ilha de Maré na Câmara Municipal. Preocupada com os problemas que afetam aproximadamente 11 mil habitantes do território, a futura legisladora há anos vem denunciado a influência de empresas poluidoras na Baía de Todos-os-Santos e o avanço desordenado de empreendimentos nas ilhas da capital.

Em entrevista ao programa Fora do Plenário, da Salvador FM, nesta sexta-feira (1º), Eliete relatou ser alvo de ameaças. A situação delicada fez a vida construída como pescadora e marisqueira em Ilha de Maré ser deixada para trás.

“Tem dois anos que estou fora do território por causa da violência política dos empresários da Baía de Todos-os-Santos, que começou a me ameaçar por conta dessa luta e por conta da privatização das ilhas da cidade de Salvador, em nome do capital, em nome do turismo em massa sem considerar essa população que pesca, que produz nas águas e que produz na Baía de Todos-os-Santos”, contou, lamentando a distância da comunidade.

Eliete Paraguassu disse estar morando em Salvador, contundo, em local não revelado por questão de segurança.

“Só quem sabe são meus familiares, a equipe que me acompanha e amigos, porque a violência política tem causado tentativa de assassinato contra mim. Eu tive de sair da Bahia e do Brasil, mas a violência continua. Eu sou diariamente atacada, porque a gente decidiu não vender o nosso território e os empresários vão ter que conviver com isso, porque a gente não vai negociar as nossas terras e as nossas águas em nome do capital”, asseverou.

Apoio de Carlos Muniz

Diante do drama, a vereadora eleita contou ter consultado o presidente da Câmara Municipal, vereador Carlos Muniz (PSDB), na terça-feira (29). Eliete quis saber como a CMS poderia intervir em sua segurança.

Segundo ela, Muniz se comprometeu em analisar o caso, considerado inédito. “Nunca houve um caso de vereador em [situação de] ameaça”, salientou a quilombola. Sem citar nomes, Eliete se limitou a dizer que a “pessoa” que a “persegue anda com ácido na bolsa para jogar [nela]”.

“É uma pessoa que foi cooptada pelas empresas, está a serviço das empresas para me violentar de fato e a gente tem tomado muito cuidado. É tanto que eu não vou no meu território. Quando eu vou eu tenho que ir é com duas ou três pessoas comigo”, afirmou.

“A gente agora vai procurar uma segurança mais ampla, porque estou em outra condição, para que a gente possa fazer um trabalho com tranquilidade e com segurança. O presidente sinalizou de buscar entender como é que funciona para ver se ele consegue dar esse suporte para que eu consiga trabalhar em paz”, pontuou.

Ainda segundo Eliete Paraguassu, denúncias contra o grupo ameaçador foram protocoladas na Defensoria e no Ministério Público, além da Organização das Nações Unidas (ONU).

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Veja a entrevista na íntegra: