Quem vê o sedutor e conquistador Tómas, na novela Escrava Mãe, não imagina que seu intérprete Raphael Montagner, de 32 anos, tem uma vida amorosa bem tranquila. Noivo de Cássia Vantroba, com quem namorada há mais de uma década, o ator conta à QUEM que sua realidade é oposta a de seu personagem.
“Tive a minha fase conquistador quando eu era molecote, entre 14 e 17 anos, e morava na Bahia, em Porto Seguro, que aliás naquela época, comigo lá, não era nada de seguro”, se diverte ele, deixando bem claro que a fase ficou no passado. “Tenho conquistado diariamente a mesma mulher há 12 anos. Levando um dia após o outro da nossa relação com o coração e transparência, mesmo nas adversidades – que é supernatural. Em um relacionamento verdadeiro, acredito que seja um jogo jogado somente e exclusivamente a dois, e a química rola naturalmente.”
Para construir seu personagem, que apesar de ser mulherengo, tem um lado social forte e luta pela abolição da escravatura, Montagner estudou muito história e teve que mudar seu físico. O ator, que antes da trama de época estava no ar como Enzo, um integrante de uma cédula neonazista violenta, na novela da Rede Record Vitória, perdeu 10kg para o novo desafio.
"A cada trabalho passo por uma transformação interna e externa. Estava saindo de um trabalho anterior e a perda de massa muscular foi de quase 10 kg. Também fiz uma passagem delicada e de muito estudo para a representação e entendimento desse tema tão sério. Tive entre tantas referências de pesquisas, livros como 1800 e Casa Grande Senzala, filmes de época e documentários. Mas o clique artístico veio da mescla do que já tinha dentro de mim e o conteúdo já estudado durante quase dois meses para viver em 1800”, relembra.
Contrário a qualquer forma de preconceito, Montagner acredita que a cooperação mútua é a solução para se acabar com o racismo atualmente. "Parto do princípio que qualquer forma de preconceito, seja ela religiosa, racial, enfim, é o empobrecimento do ser humano. Acho um absurdo em pleno século 21, pessoas serem tão atrasadas, vivendo um conceito interno tão pequeno que me deixa pasmo diante dos acontecimentos. Cada um tem que ver o seu microuniverso para melhorar o universo. Falando como espécie, nós só sobrevivemos e evoluímos por conta da cooperação mútua, realmente não entendo essas pessoas”, avalia.
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