O mercado paralelo tem fornecido ovos de tênia para mulheres tem que a finalidade de emagrecer. A prática tem colocado consumidores em risco de doenças graves e até morte. Um caso recente foi relatado pelo oncologista Bernard Hsu, que compartilhou a história de “TE”, uma mulher de 21 anos que, ao tentar perder peso, comprou pílulas contendo ovos de tênia online, usando criptomoedas.
A jovem foi atraída por um anúncio nas redes sociais que mostrava uma “cura controversa” para excesso de peso, com fotos impressionantes de antes e depois. Ela tomou duas cápsulas e logo viu resultados, embora com desconforto abdominal. No entanto, ela ignorou os sintomas por estar satisfeita com a perda de peso.
“É uma situação muito delicada esse tipo de comercialização de parasitas sendo feito em um mercado. As consequências para o estômago são catastróficas. O consumo de ovos de tênia não garante que o parasita cresça somente no intestino humano, mas sim, que seus ovos sejam absorvidos pela circulação sanguínea e se instalem em qualquer um dos órgãos”, declarou a gastroenterologista Vanessa Sampaio ao PS Notícias.
“Esses cisticercos, que se alojam em várias partes do corpo, podem causar sérios danos, especialmente quando atingem o cérebro, provocando convulsões e alterações de humor e personalidade, ou quando afetam o coração, comprometendo sua função”, alertou Vanessa.
Tratamento médico
A jovem em questão, procurou atendimento médico, sem portanto revelar o consumo dos ovos. Os exames não identificaram infecções virais ou bacterianas e ela foi medicada e liberada. Os sintomas piorarem. Posteriormente os médicos descobriram lesões no cérebro e outros órgãos, como fígado e língua, além de vários cistos.
Após revelar o consumo dos ovos, os médicos identificaram que TE havia consumido duas espécies de parasitas: Taenia saginata (tênia da carne bovina) e Taenia solium (tênia da carne de porco). A segunda espécie foi a responsável pelos danos cerebrais, uma vez que os ovos podem entrar na corrente sanguínea e se alojar em tecidos, como músculos e cérebro, causando cisticercose, uma condição potencialmente grave.
Por sorte, a jovem foi tratada com medicamentos que paralisaram e eliminaram os parasitas, além de esteroides para reduzir a inflamação cerebral. Após três semanas de tratamento, ela estava livre dos vermes. Fica o alerta.