O candidato a prefeito de Camaçari, Flávio Matos (União Brasil), registrou uma despesa milionária com combustíveis durante as eleições municipais deste ano, conforme dados divulgados pelo UOL e confirmados pelo PS Notícias. A prestação de contas entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra, até este sábado (12), que ele gastou exatos R$ 1.007.329,19 com gasolina, etanol e diesel, o equivalente a 16,56% dos recursos totais da campanha.
Ao todo, a campanha de Flávio Matos recebeu R$ 6 milhões em recursos públicos, provenientes do PL e do União Brasil, além de doações privadas.
Matos disputa o segundo turno contra o ex-prefeito Caetano (PT), após uma apuração acirrada no primeiro turno, quando Caetano obteve 49,52% dos votos contra 49,17% do candidato do União Brasil.
Carreatas e filas em postos
De acordo com a reportagem do UOL, Flávio Matos organizou diversas carreatas pela cidade em, pelo menos, sete dias diferentes entre agosto e setembro. Eleitores participaram dos eventos, abastecendo seus carros em postos locais, o que gerou filas enormes nas ruas de Camaçari. De acordo com a campanha adversária, as ações configuram indícios de compra de votos. O advogado do candidato petista, Ademar Lopes, informou ao UOL que entrará com ação na Justiça, apresentando vídeos que comprovam as longas filas de veículos.
A campanha de Matos, por sua vez, nega irregularidades, afirmando que todas as despesas foram declaradas e estão dentro da legalidade.
Prestação de contas e irregularidades nos gastos
O TSE impõe limites para eventos como carreatas, permitindo o fornecimento de até 10 litros de combustível por veículo participante, desde que a atividade seja previamente comunicada à Justiça Eleitoral. No entanto, em um dos eventos de Matos, foram gastos R$ 9.000 em combustível para abastecer apenas 10 carros, o que ultrapassa o teto permitido.
As notas fiscais, segundo o UOL, mostram que, em três postos de Camaçari, pertencentes ao mesmo grupo empresarial, houve compras de combustível, com gastos de até R$ 31 mil em uma única transação. Ao todo, foram R$ 599 mil em gasolina comum, R$ 270 mil em etanol, R$ 122 mil em gasolina aditivada e mais de R$ 16 mil em diesel.
A prestação de contas final do primeiro turno deverá ser entregue até o dia 5 de novembro, e os valores ainda podem sofrer alterações.
O advogado de Matos, Sávio Mahmed, em nota ao UOL, reiterou que os gastos com combustíveis seguiram rigorosamente a legislação eleitoral e foram informados à Justiça Eleitoral, conforme exigido.
