Eleições 2024

Conquista: Legado do PT e herança de Herzem duelam pela preferência do eleitorado da capital do sudoeste baiano

Prefeita Sheila Lemos, com candidatura indeferida e com recurso no TSE, lidera as pesquisas de intenção de votos

Divulgação
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Em 30 de outubro de 2016, o então deputado estadual Herzem Gusmão vencia o segundo turno na corrida pela Prefeitura de Vitória da Conquista. Com 57,58% dos votos válidos, o emedebista deixava para trás o também deputado estadual Zé Raimundo (PT), que obteve 42,42% dos sufrágios conquistenses. 

O triunfo de Herzem, com Irma Lemos no posto de vice-prefeita, interrompeu o período de 20 anos de gestão do grupo político encabeçado pelo PT na cidade. Em 2020, Herzem foi reeleito tendo Sheila Lemos, filha de Irma, no cargo de vice-prefeita. Em meio à pandemia, o prefeito reeleito adoeceu vítima da covid-19. Internado em um hospital em São Paulo e impossibilitado de assumir o segundo mandato, coube a Sheila conduzir a prefeitura, função que se tornou definitiva com a morte de Herzem Gusmão em 18 de março de 2021.

Neste domingo (6), a prefeita Sheila Lemos, filiada ao União Brasil, tenta a reeleição e tem como concorrentes o deputado federal Waldenor Pereira (PT), Lúcia Rocha (MDB) e Dr. Marcos Adriano (Avante). Os postulantes disputarão os votos de 257.784 eleitores aptos a votar no município. A terceira maior cidade da Bahia, atrás somente de Salvador e Feira de Santana, tem população estimada em 394 mil habitantes, de acordo com previsão feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para este ano de 2024.

Com Dr. Alan (Republicanos) concorrendo ao cargo de vice-prefeito, Sheila Lemos chega às urnas com a candidatura indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), mas com recurso pendente de julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O indeferimento na Justiça Eleitoral baiana não impede a prefeita de concorrer à reeleição. 

À frente da coligação "Conquista segue avançando", a gestora tem como partidos aliados Republicanos, PDT, Federação PSDB/Cidadania, PL, PRD e União Brasil e busca a continuidade da era iniciada por Herzem em janeiro de 2017. 

Com Luciana Silva concorrendo ao cargo de vice-prefeita, Waldenor Pereira lidera a coligação "A força pra mudar Conquista", formada pela Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV), Federação Psol/Rede, PSB, PSD e Solidariedade. De 1997 a 2017, os petistas Zé Raimundo e Guilherme Menezes se revezaram no poder Executivo de Vitória da Conquista. A dobradinha fez com que o PT tivesse o seu período mais longevo no país no comando de uma administração municipal de forma ininterrupta. 

A vereadora Lúcia Rocha (MDB) está à frente da coligação "A mãe tá on", composta por MDB, Podemos e PRTB. A legisladora tem chapa com o delegado Marcus Vinicius (Podemos) concorrendo ao cargo de vice-prefeito. Na propaganda eleitoral, Lúcia Rocha tem feito aceno ao eleitorado que acompanhava Herzem Gusmão com promessas de retomada de programas defendidos pelo emedebista.

Para chegar às urnas, o candidato Dr. Marcos Adriano precisou fazer malabarismo. Até o início do ano, era filiado ao PDT e esperava concorrer à prefeitura pela legenda. No entanto, o partido decidiu aderir à coligação de Sheila Lemos. Adriano, então, buscou abrigo no Avante, o que viabilizou sua candidatura, que tem a correligionária Ariana Mota concorrendo ao cargo de vice-prefeita.

Dos quatro nomes disponíveis ao eleitorado conquistense, três representam partidos que compõem a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). O chefe do Executivo baiano, no início do ano, chegou a cogitar a unidade entre Lúcia Rocha e Waldenor Pereira, mas as conversas dentro do grupo político não frutificaram. O entendimento dentro do MDB é que a união com o PT pode ocorrer somente em eventual segundo turno.

PESQUISAS ELEITORAIS 

As sondagens de intenção de votos na capital do sudoeste baiano, como é conhecida Vitória da Conquista, têm indicado favoritismo de Sheila Lemos na corrida pela reeleição. Há cenário, inclusive, que a coloca com chances de vitória no primeiro turno. 

Foi esse o quadro mostrado pela pesquisa do Instituto Gasparetto, divulgada em 22 de setembro pelo Informe Baiano. No cenário estimulado, quando são apresentados os nomes dos candidatos ao eleitor, Sheila Lemos alcança 56.99% de intenção de votos.

Waldenor Pereira vem na sequência com 15,97%. Considerando a margem de erro de 3 pontos percentuais, o petista está tecnicamente empatado com Lúcia Rocha, que tem 13,07%. Doutor Marcos Adriano mantém a quarta colocação com 1,54%. Não sabem ou não responderam são 7,44% e nulos/brancos 4,99%. 

Em abril, também em cenário estimulado, a prefeita Sheila Lemos já liderava a corrida com 36,27% das intenções de voto, conforme apontou a pesquisa feita pela empresa Seculus a pedido do Bahia Notícias. O segundo lugar estava com Lúcia Rocha, que aparecia com 24,01%. No terceiro lugar, estava Waldenor Pereira com 20,69%, seguido por Coronel Ivanildo com 5,62%. Além disso, 8,56% dos entrevistados afirmaram que não votariam em nenhum candidato e 4,85% não opinaram.

Coronel Ivanildo, que teve o nome testado na pesquisa Seculus, chegou a ser sondado pelo Avante, mas decidiu não participar da disputa política deste ano.