Eleições 2024

Prefeito no interior da Bahia vira alvo do Ministério Público por contratações de servidores; entenda

Segundo órgão, 89% do quadro de servidores municipais é de mão de obra temporária

Reprodução/Blog do Anderson
Reprodução/Blog do Anderson

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) ajuizou uma ação por Atos de Improbidade Administrativa contra o prefeito de Caraíbas (sudoeste da Bahia), Jones Coelho (PSD), por conta da contratação ilegal de servidores temporários.

Conforme os dados levantados, a quantidade de contratações temporárias corresponde a quase 9% de toda a população do município e 89% do quadro atual de servidores. A investigação também identificou elementos que indicam o possível uso dos cargos como moeda de troca nas eleições deste ano. 

Segundo o promotor de Justiça Marco Aurélio Rubick da Silva, de Anagé (sudoeste da Bahia), há 25 anos não é realizado concurso público para o município. Dos 949 servidores da Prefeitura Municipal de Caraíbas, 845 são temporários. A Ação de Improbidade busca o ressarcimento integral aos cofres públicos, no valor mínimo de um milhão e quinhentos mil reais, e o pagamento de danos morais coletivos. 

A ação, ajuizada na terça-feira (1º), busca também o reconhecimento dos atos que violam a regra do concurso público e que realizam despesas não autorizadas por lei.

"Isso viola os princípios da impessoalidade, legalidade e da moralidade. Paralelamente, essa estrutura de contratações deixa nas mãos do gestor municipal o poder de contratar e rescindir mais de 800 contratos, para funções permanentes na administração pública que, como regra, deveriam ser ocupadas por servidores concursados", disse o promotor.

O MP-BA aponta que o prefeito manteve, de forma dolosa, uma estrutura irregular de contratações temporárias que foi ampliada ao logo dos anos, ignorando notificações e aplicação de multa aplicadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA).

Conforme explica o promotor de Justiça, houve descumprindo dos acordos estabelecidos em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2014, que previam, entre outras medidas, a realização de concurso.

“Foi descumprido deliberadamente um acordo que ele mesmo realizou nos autos de Ação Civil Pública anterior, ajuizada no ano de 2023, que estabelecia prazos e cronogramas para a realização de concurso público”, disse.