Ainda distante da campanha eleitoral em Salvador e no interior da Bahia, o governador Rui Costa deve bater o martelo ainda essa semana sobre como estabelecerá o diálogo com os candidatos a prefeito. Comenta-se que a demora estaria desagradando os aliados. Segundo o secretário de Relações Institucionais do governo, Josias Gomes, a agenda e a lista de municípios que serão visitados devem ser fechadas hoje em conjunto com o petista. “Tem mais de cem municípios com candidatos do PT e em muitos a disputa vai se dar entre partidos da base. Ainda vamos tentar com aqueles partidos ver se a gente compõe em favor de quem estiver melhor”, informou, acrescentando que faria um pente-fino em mais de 200 municípios. “Não é interessante o governador tomar partido”.
O secretário também disse que ainda não foi decidido por qual município Rui Costa iniciará os trabalhos, o que seria fechado hoje em reunião. “Vamos fechar um pacote pela importância política, pela distribuição geográfica. Vou apresentar a lista ao governador amanhã [hoje] e ele vai dar a palavra final”, declarou.
Nos últimos meses, o governador tem relutado em falar sobre as eleições municipais, mesmo na reta final das articulações para definir as candidaturas em Salvador. Disputam o Thomé de Souza três candidatos pertencentes à base aliada: Alice Portugal (PCdoB), Pastor Sargento Isidório (PDT) e Claudio Silva (PP). No final de julho, Rui fez um dos primeiros comentários detalhados sobre o assunto, e se mostrou satisfeito com a configuração das candidaturas na capital baiana. “O que nós tínhamos que fazer está feito. Agora é fechar a estratégia das chapas proporcionais. Isso ainda vai sofrer acomodações, mas eu acho que o essencial está definido”, declarou.
Nas eleições deste ano, o PT perdeu força na disputa por prefeituras. Conforme mostrou a Tribuna ontem, o número de candidatos caiu de 217, em 2012, para 121, em 2016. De acordo com o presidente estadual do partido, Everaldo Anunciação, o recuo não é motivo de preocupação. “Fizemos uma quantidade adequando às necessidades e às mudanças na legislação eleitoral. São 121 candidaturas e vamos disputar agora 18 reeleições”, disse, acrescentando que existe uma expectativa de eleger em torno de 60 prefeitos. Ao passo que os petistas perderam espaço, proliferam candidaturas, inclusive para vereadores, do PSD, do senador Otto Alencar, PP, do vice-governador João Leão, e do PMDB, que é presidido na Bahia por Geddel Vieira Lima.
Reprodução: Tribuna da Bahia