Na última semana, ouvintes da Salvador FM e mães de crianças autistas trouxeram à tona uma questão preocupante: o aumento abusivo nos valores das mensalidades e dificuldades no atendimento especializado.
De acordo com os relatos, o aumento nas tarifas dos planos de saúde chegou a 400% de um ano para o outro. Um exemplo é a situação de um plano que passou de R$700 para R$3 mil. Esse aumento tem gerado uma pressão financeira para muitas famílias, especialmente aquelas que já enfrentam desafios significativos relacionados ao cuidado de crianças com autismo.
O advogado e especialista em planos de saúde, Leonardo Martinez, participou do programa Toda Hora, da Salvador FM, nesta segunda-feira (16), apresentado pelas jornalistas Juliana Nobre e Silvana Freire, e explicou o que deve ser feito nessas situações: "Nós temos muitos casos no poder judiciário. Existem aumentos de 40%, 70% que também são abusivos, então quem passa por isso deve procurar um advogado, Defensoria Pública, se for o caso, se for uma pessoa hipossuficiente, do ponto de vista econômico e sim buscar o seu direito, não só para regularizar o valor da mensalidade para níveis aceitáveis, mas também para ser ressarcido do que pagou de forma abusiva de um período determinado. Você pode revisar dos últimos 10 anos e receber de volta o que pagou dos últimos 3 anos".
Além do impacto financeiro, as mães de crianças autistas também enfrentam dificuldades na obtenção de atendimentos especializados. Conforme relatado, mais de 500 mães entraram na Justiça contra a suspensão do tratamento com crianças atípicas pelo plano de saúde Unimed.
"Os planos de saúde vendem uma informação que não corresponde a realidade, isso só sabe quem tem um familiar que precisa de um plano de saúde. Eles dizem que têm rede credenciada, eles dizem que têm profissionais especializados, que têm horário disponível, mas quando vamos para a realidade não é isso que acontece, então somente através da Justiça que isso se efetiva", enfatizou Martinez.
Vale ressaltar que, além do Poder Judiciário, a sociedade deve também buscar os órgãos fiscalizadores e de controle, como o Ministério Público, Procon e Codecon.