Eleições 2024

Bahia tem 228 candidaturas de pessoas com deficiência concorrendo nas eleições de outubro

O número geral é bem menor do que o registrado no pleito de 2020, quando foram contabilizadas 433 candidaturas em todo o estado

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As eleições municipais na Bahia, neste ano de 2024, possuem 228 candidaturas de pessoas com deficiência concorrendo aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador. O número geral é bem menor do que o registrado no pleito de 2020, quando foram contabilizadas 433 candidaturas em todo o estado. Os dados foram extraídos da plataforma de informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que disponibilizou o perfil das candidaturas aos cargos eletivos deste ano em todo o país.

Dentre as 228 candidaturas de pessoas com deficiência física neste ano, a maioria declarou ter condições como monoplegia, paraplegia, tetraplegia e outros, somando 124 (53,45%). Pessoas com deficiência visual são 63 (27,16%), com dificuldade auditiva são 22 (9,48%) e com autismo são 7 (3,02%). Pessoas com outras deficiências não especificadas somaram 16 (6,90%).

Em 2020, quando ocorreram o registro de 433 candidaturas de pessoas com deficiência, o número de candidatos com monoplegia, paraplegia, tetraplegia e outros foi de 187 (43,65%). Pessoas com deficiência visual foram 56 (12,93%), com deficiência auditiva chegaram a 19 (4,39%) e com autismo foram 2 (0,46%). Outras deficiências não detalhadas somaram 169 (39,03%).

Em entrevista ao Portal Salvador FM, Rita Valéria Brasil, fundadora e presidente da Associação de Amigos do Autista da Bahia (AMA-BA), ressaltou que, ultimamente, tem aumentado o número de diagnósticos de pessoas com autismo. Na contramão desse cenário, as políticas públicas ainda são poucas diante das necessidades da parcela da população que tem autismo. “Nestes 21 anos de AMA, posso afirmar que as dificuldades são inúmeras. Existe um número bem maior de pessoas com autismo e a gente vem percebendo que há uma falta de políticas públicas para atender a esta enorme demanda. Quanto mais pessoas quiserem se comprometer, principalmente mães e pais, melhor. Por que esse perfil? Porque quem sabe, de verdade, da nossa realidade somos nós. Então, as políticas públicas ainda são muito pequenas para satisfazer tamanha necessidade de uma pessoa com autismo", ressaltou. 

Entre as preocupações apontadas pela presidente da AMA, está a falta de conscientização e orientação das mães para que proporcionem melhor qualidade de vida aos filhos com autismo. “A inclusão deve começar em casa. Você não pode partir para incluir seu filho lá fora se não fizer essa inclusão dentro de casa. Isso acontece fazendo com que a criança reconheça seu corpo, com que ela tenha autonomia, possa se sentar a uma mesa, não fique tão ligada em telas, o que quebra todo um padrão social da criança”, enumerou.

A reportagem contatou a Associação Baiana de Deficientes Físicos (Abadef) para uma entrevista com um representante, mas não teve retorno até a publicação desta matéria.