Após fim da greve da Unicamp, mais um docente entrou com processo judicial contra alunos grevistas. A professora e coordenadora da Faculdade de Engenharia Química (FEQ), Maria Alvina Krahenbul, entrou com pedido de instauração de inquérito por agressão, após alunos tentarem impedir a realização de provas no Instituto.
O aluno Aleph, do curso de artes cênicas, citado em boletim de ocorrência, teria empurrado a professora contra a parede e chutado suas pernas por várias vezes, de acordo com as lesões apresentadas em exame de corpo de delito.
Outra aluna de ciências sociais, Milena Tibúrcio Cicone, também em discussão com a docente, empurrou o braço dela contra um leitor de cartões que fica na entrada do prédio, causando ferimentos na mão da professora. A professora teve que ser levada pelo Samu por ter uma crise de pressão na época.
O advogado da docente, Dr. Affonso Pinheiro, apresentou uma queixa crime por lesão corporal, constrangimento ilegal, ameaça, difamação e perturbação do trabalho. Segundo a coordenadora da FEQ, Maria Alvina, a abertura de processo é estritamente por uma medida educadora, já que entende que todo ato está sujeito a consequências. Ela relata que a Faculdade de Engenharia Química não fazia parte dos institutos aderentes à greve e que nenhum estudante ou professor participavam das paralisações.
Em 21 de junho, dia que seriam aplicadas avaliações para três turmas de física e uma de química nas dependências da FEQ, alunos grevistas de outros institutos fizeram um cordão de isolamento para impedir a entrada de estudantes no prédio. Ela relata que teve que fazer um “esquema” para facilitar a entrada dos alunos que fariam as provas escondidos dos manifestantes.
Ação recorrente
Este é o terceiro processo de docentes na universidade durante a greve, e segundo caso envolvendo processo de professores contra alunos. Recentemente, o professor de matemática Serguei Popov, teve liminar favorável da Justiça de Campinas com direito a ação indenizatória contra um grupo de estudantes que fizeram ameaças a ele e conseguiu a retirada de ofensas postada por alunos nas redes sociais.
Em um dos vídeos que circula na internet, o aluno Guilherme Montenegro aparece apagando a lousa do professor e interrompe a aula. Após esta denúncia de Popov, o Ministério Público foi acionado para acompanhar a greve na Unicamp.
Em nota, a Unicamp diz desconhecer qualquer ação movida pela professora Maria Alvina Krahenbul e disse já ter enviado ao MP as informações solicitadas sobre a greve dos estudantes.
Reprodução: G1