Brasil

Entenda como a reprodução assistida pode ajudar na paternidade solo

Com recursos da medicina, é possível ser pai biológico em uma paternidade independente

Divugação
Divugação

Embora a maternidade solo seja algo mais comum, o desejo de ter filhos é natural em ambos os sexos. Nos últimos anos tem se tornado cada dia mais frequente, a figura do homem solteiro que deseja ser pai e busca ajuda especializada para realizar o sonho da paternidade independente. Nos dois casos, tanto do pai solo quanto da mãe solo, a reprodução assistida tem um papel fundamental.

O médico Joaquim Lopes, fundador do Centro de Medicina Reprodutiva (Cenafert), esclareceu sobre a primeira fase do tratamento: “Para entender todas as etapas do tratamento e decidir de forma consciente, o paciente que chega ao consultório deve passar por um aconselhamento reprodutivo com a equipe multidisciplinar da clínica, médicos especialistas em Reprodução Humana, embriologista e psicólogo”.

No caso da paternidade independente, o homem vai precisar contar com uma “barriga solidária” de uma parente de até quarto grau, além dos óvulos de doadora anônima e do seu próprio sêmen para a realização da Fertilização in Vitro. A cessão temporária do útero, chamado útero de substituição, pode ser feito pela mãe, irmã, tia, prima ou sobrinha. 

Em casos específicos, a “barriga solidária” pode ser de uma mulher que não seja parente de até quarto grau do futuro pai, desde que haja autorização prévia do Conselho Federal de Medicina (CFM). A mulher que vai ceder o útero para gerar o bebê deve ter menos de 50 anos e boa saúde geral, tanto física como psicológica. O CFM também recomenda que ela tenha pelo menos um filho vivo.

No Brasil, a “barriga de aluguel” não é possível, uma vez que o CFM proíbe que a cessão do útero seja feita mediante qualquer compensação financeira. A “barriga solidária” deve ser cedida por altruísmo, solidariedade e vínculos afetivos.

Para a realização da Fertilização in Vitro, é utilizado o sêmen do próprio pai e óvulos de doadoras anônimas obtidos em Banco de Óvulos. “Assim, biologicamente, o bebê terá 50% do seu DNA formado pela carga genética do pai”, explica Joaquim Lopes. Caso queira, o pai pode escolher os óvulos de acordo com o biotipo físico da doadora, levando em conta características como altura, cor dos olhos e cor da pele. “Os óvulos não podem ser da mesma mulher que vai ceder o útero para gerar o bebê, precisam ser de uma doadora anônima”, ressalta o médico.

Para a psicóloga Liliane Carmen Souza dos Santos, da equipe do Cenafert, o mais importante no processo de paternidade solo é que ele aconteça de forma completamente consciente. “Tanto o futuro pai quanto para a mulher que vai ceder o útero temporariamente para a gestação precisam estar emocionalmente saudáveis, bem informados e plenamente conscientes do papel de cada um em todo o processo”, avalia a psicóloga. Outro aspecto que ela lembra é a importância da rede de apoio, com amigos e familiares, para o homem que decide ser pai solo.