Foi em meio à pandemia que a designer de Moda, Ananda Baqueiro, de 24 anos, começou a costurar. Contato com vídeos na Internet sobre o tema deram início ao aprendizado, mas a profissionalização só veio após sua participação no projeto Ponto da Moda. Ela está entre os 125 moradores da região do Uruguai, em Salvador, que já passaram pelo projeto patrocinado pela Braskem. A iniciativa visa formar Operador Polivalente do setor de Confecções com o domínio no manuseio de diferentes máquinas utilizadas no segmento.
Após concluir o curso e motivada por entregar um produto de qualidade que fizesse as pessoas se sentirem bem, Ananda resolveu empreender e criar sua própria marca de moda feminina, com o diferencial de oferecer às clientes produtos personalizados. “Hoje em dia é um pouco difícil ver marcas fazendo sob medida e sei que é uma dor de muitas pessoas por não acharem peças que se adequem ao próprio corpo. Faço quase todos os tipos de peças, mas meu carro-chefe são as pantalonas que sempre foram uma marca registrada minha”, explica.
Ananda faz parte dos 14,5 milhões de Microempreendedores Individuais (MEI) registrados no Brasil até o final dos primeiros quatro meses de 2024. O número representa um aumento de 7,9% se comparado ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Mapa de Empresas, boletim do 1º quadrimestre de 2024, do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Ainda segundo o levantamento, a Bahia contabilizou 61.627 novas empresas nos primeiros quatro meses deste ano, um crescimento de 1,9% em relação ao mesmo período em 2023.
Os números refletem a busca por alternativas diante de um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e o desejo do trabalhador brasileiro em empreender e ter o seu próprio negócio. Mas esse desejo muitas vezes esbarra no entrave da falta de qualificação profissional dos empreendedores, que têm buscado cursos de capacitação e de incentivos para os MEIs, a exemplo dos projetos Ponto da Moda, Empreendedoras Braskem, Nosso Bordado e Miniempresa, promovidos e apoiado pela Braskem na Bahia.
Importância da qualificação – O crescimento no número de MEIs contrasta com a alta taxa de mortalidade das microempresas no país. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), cerca de 600 mil microempresas fecharam as portas em 2023, um indicativo das dificuldades que muitos empreendedores enfrentam para manter seus negócios ativos. A falta de qualificação profissional está entre os fatores que mais contribuem para esses fechamentos. Ainda segundo o Sebrae, 50% das empresas fecham nos primeiros 5 anos de existência.
Iniciativas como o Empreendedoras Braskem, que realiza sua primeira edição na Bahia, buscam capacitar microempreendedores individuais para que possam ter resultados promissores em seus negócios. O curso está qualificando 50 moradoras de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, sendo a maioria familiares de alunos do Centro Educacional Santo Antônio (CESA), unidade das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID). As aulas começaram em maio deste ano e prosseguem por quatro meses.
Mikaely Peixe da Silva, de 30 anos, é uma das alunas que participa da capacitação, ministrada pela Junior Achievement Bahia (JA Bahia) e que oferece as ferramentas para que mulheres possam criar ou desenvolver seus próprios negócios. No projeto, são apresentados todos os conceitos de empreendedorismo e livre iniciativa, envolvendo Recursos Humanos, Finanças, Produção, Marketing e Vendas. “Acredito muito que, para alcançar o sucesso, temos que estudar o produto que trabalhamos, o público-alvo, ter organização, metas e diferenciar o valor do preço, além de saber sobre a qualificação do produto para driblar as objeções”, explica Mikaely, que resolveu desistir da profissão de Bombeira Civil e empreender no ramo de polpas de frutas orgânicas da produção familiar.
A gerente de Relações Institucionais da Braskem na Bahia, Magnólia Borges, explica que o apoio da companhia para as iniciativas que fomentem o empreendedorismo na Bahia visa “desenvolver, de forma sustentável, as comunidades próximas às unidades industriais da empresa, contribuindo para a profissionalização e a geração de renda dos moradores dessas localidades”.
Na Bahia, a Braskem ainda apoia outros projetos que incentivam o empreendedorismo local, a exemplo do Nosso Bordado. A iniciativa desenvolvida pela Associação das Rendeiras de Dias d’Ávila foi uma das selecionadas na segunda edição do Edital Braskem: Projetos que Transformam. A ação promove cursos básicos de renda de Bilros, Costura e Modelagem, Crochê e Bordado a mão para 120 adolescentes, jovens e adultos do município, com o objetivo de proporcionar a geração de renda por meio da utilização de técnicas artesanais.
Ainda com a perspectiva de geração de renda para comunidades em situação de vulnerabilidade social, a Braskem também apoia o projeto Miniempresa na Comunidade. Desenvolvida pelo Junior Achievement Bahia (JA Bahia), em parceria com outras empresas do Polo de Camaçari e o Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (COFIC), o projeto beneficiou quase 100 pessoas em duas edições, realizadas em 2022 e 2023. A iniciativa promoveu encontros semanais de formação e educação empreendedora com foco na geração de renda. Como atividade final, os participantes realizaram uma feira livre para comercializarem os produtos criados e desenvolvidos durante a ação.