Menos de 24 horas depois do ataque a tiros contra três agentes da Força Nacional na Vila do João, no Complexo da Maré, na Zona Oeste do Rio, o policiamento foi reforçado na região na manhã desta quinta-feira (11). Os acessos à Vila do João e à Vila dos Pinheiros foram bloqueados por carros da Força Nacional, como mostrou o Bom Dia Rio por volta das 6h30.
Imagens do Globocop mostraram agentes fortemente armados fazendo um cerco em um dos acessos. Atiradores de elite do Exército também estavam posicionados na Favela do Timbau, na mesma região. Forças Especiais da Polícia Militar, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Exército estão no local. Há varreduras na comunidade feitas pela Polícia Federal e pelo Batalhão de Operações Especiais, segundo informações do Ministério da Justiça.
Na tarde de quarta (10), um carro da Força Nacional entrou por engano na Vila do João, uma comunidade dominada por traficantes, e foi atacado por criminosos. Dois militares ficaram feridos e um saiu ileso.
O soldado Hélio Andrade foi atingido por um tiro de fuzil na testa e foi levado para o Hospital Municipal Salgado Filho, onde foi operado por três neurocirurgiões.
A cirurgia durou quatro horas e meia. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o estado de saúde do militar permanecia muito grave na manhã desta quinta. Ele está internado no centro de tratamento intensivo do hospital.
Suspeitos
Na quarta, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou que dois suspeitos do ataque já tinham sido identificados, mas não revelou os nomes deles. "Duas pessoas já foram identificadas e nós vamos atuar para prender essas pessoas rapidamente."
O Portal dos Procurados tem as fotos de três homens que são considerados os principais chefes do tráfico no Complexo da Maré. A recompensa por informações sobre eles é de R$ 2 mil.
Vítimas do ataque
Segundo ministro da Justiça:
– o capitão capitão Alen Marcos Rodrigues Ferreira, que atua em Cruzeiro do Sul, no Acre, teve ferimentos leves;
– o soldado Rafael Pereira, do Piauí, escapou ileso;
– o soldado Hélio Andrade, de Roraima, foi ferido gravemente.
Hélio Andrade, 37 anos, perdeu muita massa encefálica, segundo apurou o G1. O capitão Alen foi atingido de raspão no rosto.
A Força Nacional chegou a informar para a Polícia Civil que Hélio havia morrido, mas o ministro da Justiça corrigiu a informação pouco depois.
"Nós temos em relação ao soldado Hélio um ferimento grave. Diferentemente do que vem sendo noticiado e, por isso a importância, eu resolvi falar antes da nossa reunião no CICC [Centro Integrado de Comando e Controle], ele não faleceu. Ele está sendo operado, o neurologista já está há quase duas horas operando, fazendo a transfusão de sangue necessária, e nós acreditamos que ele vai sobreviver a isso", afirmou Alexandre de Moraes por volta das 19h de quarta.
Após o ataque, um dos militares que estava no carro da Força Nacional disse que foi socorrido por um taxista. "Um táxi está me dando um apoio, está me levando para o hospital."
Ainda segundo ele, homens do Exército foram ao socorro da equipe. "Eu fui atingido, o capitão Alen foi atingido, o motorista foi atingido. Tem um outro combatente também, ele tá atingido, ele ficou fora da viatura. A equipe do Exército está lá perto", afirmou ele.
Reprodução/G1