A família de um idoso com mal de Alzheimer estima que ele tenha entregado R$ 10 mil a estelionatários em Ribeirão Preto (SP). Segundo um dos filhos da vítima, os golpistas telefonavam para o aposentado de 73 anos e fingiam ser um sobrinho. Eles se aproveitavam do fato de que o homem não se lembrava das quantias dadas anteriormente e continuavam pedindo mais dinheiro.
A polícia acompanha o caso. Nenhum suspeito foi identificado.
Telefonemas repetidos
Um filho do aposentado, que prefere não se identificar, conta que o pai vinha apresentando mudanças no comportamento. “A gente chegava para conversar com ele e estava meio esquisito, fora da rotina dele. Só que ele não comentava com a gente o que estava acontecendo”, diz.
De acordo com o rapaz, em um momento de lucidez, o idoso contou que havia recebido telefonemas de um sobrinho, que alegava precisar de dinheiro para consertar um carro. A família desconfiou e descobriu que o aposentado acabou caindo em um golpe.
Um dos telefonemas foi atendido por outro filho da vítima, que chegou a se passar pelo pai para entender a situação. “A pessoa enganou totalmente o meu pai. Contou uma historinha, ele deve ter falado ‘oh, tio’, falou o nome do sobrinho e foi levando.”
O idoso contou ao filho que um homem de moto buscava o dinheiro, mas não informou quantas vezes entregou quantias ao suspeito. “Se aproveitavam do meu pai não se lembrar, de ser uma pessoa de mais idade e de falar do sobrinho dele, que ele mais gosta”, diz.
No total, o filho estima que os golpistas tenham conseguido tirar R$ 10 mil do aposentado e acredita que uma pessoa conhecida tenha agido. “A preocupação que fica é maior. O prejuízo, com o tempo, a gente tenta reaver.”
Segundo o delegado Targino Osório, os criminosos aproveitam as redes sociais para conseguir informações da intimidade das vítimas. Eles usam os dados para entrar em contato com os alvos e pedir dinheiro.
“As pessoas se expõem demais e, através da própria rede social, eles [golpistas] pegam algumas informações, nomes de pessoas, amigos, parentes e acabam ligando para alguma pessoa para aplicar esse golpe”, afirma.
Osório afirma ainda que a polícia tem dificuldade em localizar esse tipo de estelionatário. “É difícil se investigar. Geralmente, eles usam celulares bomba, cadastrados em nome de terceiros, o DDD normalmente é de outro estado, o que dificulta muito o trabalho da polícia.”
Reprodução: G1