Política

Rui contesta Neto por valor de obra e relação com empreiteiro ‘preso’

“Não consigo ver como se gastou R$ 70 milhões no Rio Vermelho. Para fazer oito pistas na Orlando Gomes, com dois complexos de viadutos, eu gastei R$ 157 mi”, comparou governador

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Foto: Camila Souza/ GOVBA

 

O governador Rui Costa (PT) colocou em suspeição o prefeito ACM Neto (DEM), em entrevista exclusiva ao bahia.ba, pelo valor da obra de requalificação do Rio Vermelho.

Além de comparar o custo anunciado com o complexo de viadutos executado recentemente em Salvador pelo Estado, o petista apontou para uma suposta irregularidade no projeto.

“Eu não consigo enxergar como se gastou R$ 70 milhões naquela obra do Rio Vermelho. Para você ter uma ideia, para fazer oito pistas na Orlando Gomes, com dois complexos de viadutos, eu gastei R$ 157 milhões”, declarou.

Embora diga não ser “fiscal” e que uma possível auditoria caberia ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) ou ao Ministério Público, o chefe do Executivo baiano ainda questionou a contratação da NM Construtora, responsável pelo projeto e alvo da Operação Copérnico da Polícia Federal.

“A empresa que é especialista em obra de construção civil virou gestora hospitalar e o dono foi preso. Foi levada para depoimento ainda outra pessoa que tem o sobrenome Caribé, muito próxima da administração”, acusou.

Mesmo com o argumento de que o resultado do pleito municipal deste ano não interfere na sucessão estadual de 2018, em que ambos são listados como possíveis concorrentes, Rui pôs em xeque a capacidade de administrar do democrata, ao contestar outros projetos, como o BRT, e até compromissos eleitorais do gestor.

“Se eu pegar as dez maiores cidades da Bahia, Salvador é pior do que as outras nove em termo de oferta de ensino infantil. […]

É, provavelmente, a pior cidade da Bahia em oferta de PSF. […] Ele prometeu um hospital na campanha de 2012. Alguém já foi atendido no hospital que ele construiu, não? […]

Ele não disse que ia encerrar o mandato com uma licitação de hospital. […] Me socorra, Neto. Eu preciso de um hospital. Entregou? Não. […]

Então, onde estão a eficiência, a competência, a rapidez e a prioridade para a saúde?”, cutucou.

No bate-papo, o governador falou também do impacto da crise econômica no Estado, das medidas para reduzir a folha de pessoal, da Ponte Salvador-Itaparica e confirmou ter um carinho especial pelo prefeiturável Pastor Sargento Isidório (PDT), entre os três postulantes da sua base. Ele classificou o trabalho na Fundação Dr. Jesus, de recuperação de dependentes químicos, como “algo singular no Brasil”.

(Bahia.ba)  (AF)