Em nota divulgada pelo Ministério da Saúde na tarde deste sábado, o ministro da pasta, Ricardo Barros, negou que tenha declarado que a maioria dos pacientes que procuram o Sistema Único de Saúde (SUS) imagina estar doente. A suposta declaração foi publicada em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo a nota, o termo "efeitos psicossomáticos", utilizado pelo ministro durante evento realizado na sexta-feira na sede da Associação Médica Brasileira (AMB) na verdade se refere a uma série de sintomas de diferentes contextos do paciente.
"Tratam-se de agravos descritos, por exemplo, na Classificação Internacional de Doenças (CID). Há um erro do jornal, portanto, de classificar esse agravo como 'imaginação'", segue a nota.
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O documento diz ainda que "o Ministério da Saúde considera essa interpretação um desrespeito com a queixa do paciente, que deve ser acolhido corretamente pelo sistema de saúde".
A reportagem do jornal relata críticas do ministro ao que ele chamou de "cultura do brasileiro" de só achar que foi bem atendido quando passa por exames ou recebe prescrição de medicamentos e esse suposto "hábito" estaria levando a gastos desnecessários no Sistema Único de Saúde (SUS).
— Se (o paciente) não sair ou com receita ou com pedido de exame, ele acha que não foi 'consultado'. Isso é uma cultura do povo, mas acho que todos nós temos de ajudar a mudar, porque isso não é compatível com os recursos que temos. Não temos dinheiro para ficar fazendo exames e dando medicamentos que não são necessários só para satisfazer as pessoas, para elas acharem que saíram bem atendidas do postinho de saúde — disse Barros.
(Reprodução: Site Jornal Zero Hora)