O físico Adlène Hicheur, condenado por terrorismo na França, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fo deportado do Brasil nesta sexta-feira (15), de acordo com o Sindicato dos docentes da UFRJ.
As primeiras informações indicam que o professor estava, por volta das 20h30, no Aeroporto Tom Jobim (Galeão), esperando a deportação. A vice reitora da UFRJ, Denise Nascimento, foi para o local para tentar evitar a medida e pedir mais explicações sobre as acusações.
Uma reportagem da revista "Época" revelou que o físico, de origem argelina, foi condenado por terrorismo na França. Preso em 2009, cumpriu a pena e chegou ao Brasil em 2013. A UFRJ diz que a contratação do professor seguiu os tramites habituais.
A Polícia Federal monitorava Adlène Icheur desde 2013. Em outubro do ano passado, agentes fizeram buscas na casa dele, no Rio, e na UFRJ
Em carta a colegas, o professor disse que foi preso de forma injusta e que somente visitou sites islâmicos subversivos
O caso
Decisão da Justiça francesa, à qual o Jornal Nacional teve acesso, cita mensagens trocadas entre Hicheur e um representante da rede terrorista Al Qaeda encontradas em buscas na casa do professor, em Ornéx, na França. O JN teve acesso a 35 emails que comprovariam relações do professor com a organização.
Em junho de 2009, ele recebe a proposta em francês:
"Caro irmão, vamos ser diretos: você está disposto a trabalhar dentro de uma unidade em ativação na França? Quais ajudas seriam possíveis oferecer? Quais suas sugestões?"
Ele responde que sim e diz que queria morar na Argélia, mas pode mudar seus planos e ir para a Europa se a estratégia for "trabalhar dentro da casa do inimigo e esvaziar o sangue das suas forças".
O integrante da Al Qaeda comemora: "Por Deus, você me agradou muito".
A Justiça francesa cita também documentos encontrados na casa de Hicheur sobre a historia do Islã. Um deles traz indicações sobre fuzis de precisão e detalhes militares.
UFRJ se manifesta
A UFRJ divulgou nota sobre o caso e se manifestou contra a deportação do professor.
Veja a nota na íntegra:
"A Reitoria da UFRJ foi surpreendida nesta sexta-feira, 15 de julho, com a notícia da sumária deportação do professor visitante Adlene Hicheur, pesquisador do Instituto de Física. Manifestamos extrema preocupação com a ação, anunciada sem apresentação de justificativas claras e atenção a princípios democráticos básicos, como direito à defesa.
O pedido de renovação de contrato do professor Adlene Hicheur foi analisado pelos vários colegiados da UFRJ e aprovado na universidade.
O professor desenvolveu na UFRJ novas linhas de pesquisa, assim como deu continuidade a trabalhos já em andamento quando da sua contratação. Dentre os trabalhos científicos realizados podem ser destacados artigos e descobertas importantes para a Física de Partículas".
Fontes> Jornal Nacional, Revista Época/Gazeta de Rondônia (AF)
Nota da Redação
Apesar de todas as explicações do seu posicionamento em favor do físico, é preocupante a posição da UFRJ em ter contratado um terrorista condenado na França sem buscar nenhuma confirmação do que dizem as autoridades, pricipalmente as francesas onde ele foi condenado.
Será que os e-mails apresentados pelas autoridades em que o terrorista troca informações e posionamento com a Al Qaeda não quer dizer nada ?
E mais, como o terrorista chegou ao Brasil e a URFJ, quem articulou para ele ser contratado ? `Porquê esse amparo?
Aí vem a pergunta que não quer calar. Porquê a UFRJ quer proteger tanto esse terrorista, segundo as auoridades francesas? Essa resposta a URFJ precisa dar ao povo brasileiro. Sem arrodeios.
Por Alberval Figueiredo
Jornalista