O traslado do corpo de Diego Vieira Machado, estudante da UFRJ, assassinado no último sábado (8) na universidade, está previsto para seguir para Belém, no Pará, em até cinco dias, segundo a funerária contratada pela instituição.
Segundo nota divulgada pela UFRJ, de acordo com a empresa, são necessárias de 48 a 72 horas para o embalsamento, e também autorização da Anac, Anvisa e outros órgãos para o procedimento. A UFRJ custeará o processo. Diego será enterrado em Acará, cidade vizinha à capital do estado. Na manhã desta sexta-feira (8), o corpo ainda estava no IML do Rio.
De acordo com a instituição, ao longo da semana, o gabinete do reitor manteve permanente contato com família de Diego, tendo seu irmão como principal contato. A reitoria se reuniu no dia 5 de julho com o delegado chefe da Delegacia de Homicídios da Capital, Fábio Cardoso Junior, objetivando apoiar as investigações sobre as circunstâncias da morte do estudante.
Crime de homofobia investigado
Diego Vieira Machado, de 26 anos, foi encontrado morto no sábado (2), às margens da Baía de Guanabara, no campus da Ilha do Fundão. O corpo do estudante foi resgatado pelos bombeiros por volta das 17h. Ele cursava letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Sábado pela manhã, Diego saiu do alojamento em que morava, dentro da universidade, para fazer exercícios físicos, e não voltou. Foi encontrado nu da cintura pra baixo e tinha marcas de lesões de pancadas na cabeça.
Segundo a polícia, tudo indica que o estudante foi abordado e morto dentro do campus e então o corpo foi jogado na Baía de Guanabara. Investigações feitas até agora apontam que Diego foi assassinado por ser homossexual.
A Divisão de Homicídios (DH) já tem pelo menos quatro suspeitos de envolvimento no assassinato do estudante de letras. Numa rede social, o Programa Rio Sem Homofobia disse que amigos dele denunciaram para o programa Rio Sem Homofobia que, dias antes do crime, os estudantes cotistas receberam ameaças de grupos conservadores da universidade.
Policiamento Reforçado na Ilha do Fundão
A insegurança no campus é uma reclamação constante dos alunos. A UFRJ acrescenta que o reitor da UFRJ, Roberto Leher, reuniu-se nesta quinta-feira com o tenente Coronel Odair Blanco, do 17°BPM. A polícia informou que vai reforçar a segurança nos horários noturnos, e nas saídas da Faculdade de Letras, Centro de Tecnologia, Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, Centro de Ciências da Saúde e Escola de Educação Física e Desportos. A área do alojamento estudantil também terá rondas. Foi solicitado o reforço no policiamento dos ônibus que circulam na Cidade Universitária, que passarão a ser vistoriados com maior frequência.
Reprodução/G1