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Após empurrar colega, menino de 4 anos pede desculpa com flores no RS

Caso ocorreu em Porto Alegre e repercutiu após foto postada no Facebook

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Empurrão, colega, Diogo, flores, Porto Alegre, escola, Isabelle (Foto: Janira Heisler/Arquivo Pessoal)Ao buscar Diogo, de quatro anos, na escola em Porto Alegre, Tavane Carvalho, foi informada pela professora que o filho havia empurrado uma colega na escada. O menino, que costuma brincar no pátio do colégio após a aula, foi direto para casa com a mãe. A medida já fazia parte do castigo que Tata, como é chamada, aplicou para que ele refletisse sobre a atitude que teve.

Porém, o que chamou a atenção nas redes sociais foi o pedido de desculpas de Diogo para a colega Isabelle, também de quatro anos. Na última sexta-feira (1º), um dia após a agressão, o menino levou flores para coleguinha para se desculpar do empurrão. A foto de Diogo com as flores, postada pela mãe no Facebook, já registra mais de 57 mil curtidas e 7 mil compartilhamentos.

“Quando fui buscar ele, a professora perguntou se ele não tinha nada para me contar. Ele disse que não lembrava e a professora relatou que ele empurrou a coleguinha na escada, já no último degrau”, conta Tata. “Em casa, pedi pra ele me olhar e contar o que aconteceu. Conversamos bastante. Disse que o que ele fez era feio, pois não se bate em colega, ainda mais em uma menina. Salientei isso e disse que estava triste com ele”, completa.

Após o empurrão, a menina caiu no chão e ralou um pouco o joelho. Ao chegar em casa, Diogo ficou de castigo no quarto e a mãe só permitiu que ele saísse para ir ao banheiro. No dia seguinte, ao levá-lo para a escola, Tata parou em um mercado no caminho e disse para o filho escolher as flores que ia dar para a colega.

“Na escola, ele abraçou ela, pediu desculpas, disse que não ia mais fazer aquilo e deu a flor. Ela aceitou as desculpas”, lembra Tata. A mãe de Isabelle, Janira Heisler, achou o ato muito bonito, tanto da mãe quanto do filho. “Muitas crianças brigam na escola, mas poucas tomam essa atitude”, afirma.

“O menino não teve paciência para esperar. Parabenizei a mãe no dia seguinte, pelo pedido de desculpas. Ela está criando um cavalheiro. Acho que não vai mais se repetir” reflete Janira. A mãe de Isabelle conta que, no dia seguinte ao empurrão, houve uma festa junina na escola, na qual a filha e Diogo formaram um par. “Eles são amigos e dançaram juntos. É incrível, pois agora eles se dão melhor do que antes”, revela.

A mãe de Diogo conta que ele vive em uma casa onde é o único homem. Além dela, o menino mora com a avó e duas tias. “Não aceitamos nenhuma ofensa, humilhação ou violência de homem. Acho um absurdo. Ele é meu único filho e foi a primeira vez que teve caso de agressão. A história da flor veio tão fácil na minha cabeça”, diz.

Feliz com repercussão
Tavane Carvalho relata estar feliz com as mensagens que recebeu desde que publicou a foto de Diogo com as flores, na qual colocou a legenda “Depois de muita conversa, castigo ontem, hoje foi o dia de levar flores para a coleguinha que ele empurrou ontem na escola #nãosebateemmulher #sóflores #sócarinho #vaiserumpríncipe #nãoéfácil”.

“Recebi mensagens até de Portugal e da Irlanda. Nunca pensei que fosse repercutir tanto. No meu Facebook, tudo que posto só pode ser visto por amigos. Como minha irmã compartilhou, decidi marcar a foto como pública para que as pessoas vissem o post dela. E aí só aumentou a repercussão”, revela Tata.

“Depois do castigo, ele disse pra mim que o coração dele já era do bem de novo. Espero que isso não se repita. Homem tem que respeitar mulher”, conclui a mãe de Diogo.

Reprodução/G1