O senador Otto Alencar (PSD) pode não ter jogado de forma combinada com o governador Rui Costa (PT) ao apoiar a candidatura à Prefeitura de Salvador da deputada federal Alice Portugal (PCdoB).
Na prática, o PSD se antecipou a conversações que já haviam entre Rui e a senadora Lídice da Mata (PSB) para fazê-la candidata à sucessão do prefeito ACM Neto (DEM) sob a condição de lhe assegurar espaço na chapa com que o governador vai disputar a reeleição em 2018.
Como não queria cacifar Lídice, porque prefere um nome do próprio PSD ao lado de Rui na próxima sucessão estadual, o partido de Otto decidiu então correr e apostar em Alice, tornando a candidatura da comunista praticamente irreversível.
Sem o apoio dos sociais-democratas ao nome de Lídice, o governador viu crescerem as dificuldades para atender às exigências da senadora para ir ao “sacrifício” contra o prefeito de Salvador nestas eleições.
Além de exigir presença na chapa do governador em 2018, Lídice teria cobrado, segundo se comenta no PT, apoio integral à sua campanha e ajuda para quitar resíduos da dívida que contraiu quando concorreu ao governo do Estado contra Rui, em 2014.
Até hoje, ela estaria sendo obrigada a administrar resíduos financeiros da disputa, na qual se envolveu atendendo a apelo do então candidato presidencial de seu partido, Eduardo Campos, morto num acidente de avião em plena campanha.
Diferentemente de Lídice, Alice e o PCdoB não exigiram de Otto e do PSD qualquer compromisso de apoiarem seu nome para uma vaga na chapa de Rui em 2018. Isso abre espaço para que o partido do senador defenda o nome de um correligionário para o posto junto a Rui.
O mais forte, no momento, é o do deputado estadual Angelo Coronel, ligadíssimo a Otto.
(Reprodução: Tribuna da Bahia)