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Brasil registra seis milhões de acidentes de trabalho na última década

Segundo o INSS, de 2012 a 2022 foram comunicados, no país, mais de seis milhões de acidentes de trabalho

Divulgação | Fabio Rodrigues Pozzebom | Agência Brasil
Divulgação | Fabio Rodrigues Pozzebom | Agência Brasil

Em celebração ao Dia Nacional em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, lembrado no dia 28 de abril, o Ministério Público do Trabalho (MPT) realiza uma campanha com o lema Adoecimento também é acidente do trabalho – conhecer para prevenir.

A coordenadora nacional do MPT para Saúde dos Trabalhadores, Cirlene Zimmermann, explica que a iniciativa pretende explicar à sociedade a importância de comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social, durante todo Abril Verde.

"Em termos previdenciários, trabalhistas e fiscais, tanto as doenças relacionadas ao trabalho quanto os acidentes típicos, traumáticos, eles são considerados acidentes do trabalho"

A coordenadora destaca ainda que as doenças de trabalho mais comuns são as lesões ósseos musculares e lesão por esforço repetitivo, como tendinites e bursites.

Cirlene lembra ainda dos transtornos mentais relacionados ao trabalho. "Nós temos depressões, ansiedades relacionadas ao trabalho. Nós temos situações de estresses pós traumático. Por exemplo, um trabalhador pode ser esmagado por uma máquina, pode ser atropelado no ambiente de trabalho. E os colegas que estão naquele ambiente, visualizando aquela cena, muitas vezes ficam expostos também aos impactos psicológicos desta situação. Isso muitas vezes causa o estresse pós traumático e pode vir a se tornar uma doença com afastamento de outros trabalhadores."

Outros fatores, como assédios moral, sexual e eleitoral, além de jornadas diárias exaustivas, podem levar à doença mental. Mas é comum que o próprio empregado resista a admitir o problema, por preconceito social ou constrangimento.

Segundo o INSS, de 2012 a 2022 foram comunicados, no país, mais de seis milhões de acidentes de trabalho —resultando em mais de dois milhões de afastamentos e 25 mil mortes. No mesmo período, os gastos com auxílios-doença, aposentadorias por invalidez, pensões por morte e auxílios-acidente de trabalho chegaram a R$ 136 bilhões.