O projeto “Contando Histórias do Meu Mundão”, desenvolvido pelo grupo Chegança Atelier Cultural (@ateliercheganca) está em sua 2ª edição e acontece gratuitamente em cinco escolas públicas municipais de Salvador, entre os dias 22 de abril e 24 de maio.
A proposta do projeto é voltada para jovens estudantes entre 5 e 14 anos e contribui no desenvolvimento socioeducativo, emocional e na inclusão social do público infanto-juvenil, através da contação de histórias e da vivência teatral. A vivência vai passar por escolas localizadas nos bairros de Pernambués, Mata Escura, Sussuarana, Doron e Narandiba, impactando cerca de 150 crianças, utilizando a arte como mecanismo de expressão e conhecimento para o universo infantojuvenil.
Liderado pelas arte-educadoras Ana Mendes e Manu Santiago, o projeto acontece através de exercícios práticos de experimentação cênica que agregam jogos teatrais, contação de histórias, elementos de musicalidade e técnicas de palhaçaria. Tudo sob uma perspectiva lúdica e brincante que tem como objetivo expandir a percepção das crianças sobre a leitura de mundo, aguçando a curiosidade e despertando o interesse dos pequenos pela arte.
“A contação de histórias estimula a imaginação, a criatividade e a oralidade. O teatro contribui para o desenvolvimento cognitivo e a expressividade corporal; e a literatura amplia o olhar sobre as leituras de mundo. Juntamos toda essa bagagem e nosso repertório de pesquisa e montagem do espetáculo ‘Histórias do Mundão’, para reforçar o poder da arte no processo de aprendizagem das crianças”, destaca Manu Santiago.
Nesta segunda edição o projeto amplia sua atuação e metodologia para integrar crianças PCDs, com transtorno do espectro autista (TEA) e com distorção idade-série, além de promover acessibilidade com uma professora de Libras junto às práticas de vivência teatral. Uma realização que diz muito sobre o propósito do projeto em tornar mais democrático o acesso à arte, atuando na valorização da diversidade e diminuição das desigualdades.
“Este projeto permite a potencialização da criatividade e da imaginação da meninada, mas principalmente, abre espaço para a valorização das diferenças e a aproximação coletiva, de forma lúdica e acessível”, explica Ana Mendes.
Elis Almeida, monitora pedagógica responsável pela inclusão com crianças PCDs, explica que a vivência artística traz um olhar sensível que possibilita compreender que somos únicos e todos precisam ser respeitados dentro de suas particularidades. “Para uma criança com necessidades especiais os ganhos são bem maiores, ajudando a longo prazo no desenvolvimento de habilidades sociais, no reconhecimento e no controle emocional e na coordenação motora, além de prevenção de crises sensoriais, no caso de crianças com espectro autista.”
A intérprete de Libras, Aline Suzart, reforça que a acessibilidade em projetos de arte-educação é a possibilidade de promover a inclusão efetiva para o público infanto-juvenil com deficiência, rompendo as barreiras de comunicação e promovendo espaços de conhecimento, ludicidade e de socialização. “Isso permite que as crianças experenciem e descubram as diversas possibilidades de comunicação, expressão e criação, além de potencializar as capacidades intelectuais e emocionais”.
O projeto Vivência Teatral Contando Histórias do Meu Mundão – 2º Edição foi contemplado pelo edital Territórios Criativos, com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador e da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura, Governo Federal.