Motoristas do Uber em Salvador se mobilizam para pressionar a empresa responsável pelo sistema a reativar incentivos concedidos a quem atua no transporte privado de passageiros. Inconformados com o corte repentino dos benefícios, os profissionais preparam uma paralisação geral para os próximos dias. A estratégia é se manter desconectados da rede de parceiros e usuários do aplicativo até que a direção do Uber pague novamente os bônus, que representavam acréscimo de até 60% sobre o faturamento individual, com base no tempo de permanência diária no sistema e na avaliação feita pelos clientes. O corte, informaram motoristas ouvidos pela Satélite, reduziu bastante a margem de lucro e limitou os ganhos apenas à tarifa sobre a quilometragem. Para eles, quando descontados o percentual de 25% retido pelo Uber, mais os gastos com gasolina, manutenção e seguro, sobra é muito pouco para o tamanho do risco que correm por causa dos conflitos com taxistas e da fiscalização da Transalvador.
Pesos e medidas
Em nota à coluna, os representantes do Uber no Brasil afirmam que, no início da operação em uma nova cidade, a empresa abre mão de parte da taxa que os motoristas concordam em pagar pelo uso do aplicativo, até que a demanda cresça e se estabilize. “Isso quer dizer que, no caso do UberX (carros comuns), parceiros recebem valores acima daqueles que corresponderiam a 75% de cada viagem. Conforme os números de usuários crescem, os parceiros passam a ter possibilidade de fazer mais viagens por hora e, desta forma, aumentar seus rendimentos de forma autônoma”, diz. Ainda de acordo com a nota, o Uber afirma que o sucesso do aplicativo é atrelado ao do motorista e que trabalha “com afinco” em busca de meios para elevar a renda dos profissionais.
(Reprodução: Coluna Satélite)