O mês de março é dedicado à conscientização sobre a endometriose, doença que atinge cerca de 10% das mulheres brasileiras em idade fértil, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A patologia é mais comum entre mulheres com idade entre 25 e 35 anos e é considerada uma das principais causas da infertilidade feminina. Mais de 30% dos casos da doença podem causar infertilidade, de acordo com a Associação Brasileira de Endometriose. “Uma grande parte dessas mulheres só descobre que tem endometriose quando não consegue engravidar”, afirma Bárbara Melo, ginecologista e especialista em reprodução humana da equipe do Cenafert – Centro de Medicina Reprodutiva.
A endometriose pode causar infertilidade, principalmente, em seu estágio mais avançado, quando a doença atinge as trompas, órgão responsável pelo transporte dos espermatozoides até o óvulo e migração do embrião formado até o útero. Segundo a médica, “a doença também é associada a alterações hormonais e imunológicas, que podem dificultar a gravidez”.
A infertilidade decorrente da endometriose leve pode ser tratada com a inseminação artificial, técnica de reprodução assistida que consiste na estimulação ovariana e posterior colocação do sêmen dentro da cavidade uterina através de um cateter flexível. “Em casos mais avançados, quando a endometriose já comprometeu profundamente os órgãos pélvicos, geralmente, a paciente precisa de uma técnica de alta complexidade para engravidar, como a Fertilização in Vitro (FIV)”, esclarece Bárbara Melo.
A especialista, no entanto, ressalta: “nem todas as mulheres acometidas pela endometriose terão problemas para engravidar, apesar da patologia ser considerada um dos principais fatores de risco para infertilidade da mulher”.