A Polícia Federal (PF) encontrou um documento que contém um plano para decretação de estado de sítio no Brasil. O texto foi localizado pela polícia durante a execução da Operação Tempus Veritatis, que mira um grupo suspeito de tentar implementar um golpe de Estado para manter Bolsonaro (PL) na Presidência da República.
O texto divulgado pela PF continha trechos de um possível discurso e tinha escrito frases como: 'assegurar a necessária restauração do Estado Democrático de Direito' e 'jogando de forma incondicional dentro das quatro linhas'. O material estava na sede do Partido Liberal (PL), legenda de Bolsonaro, em Brasília.
No mesmo documento, havia uma informações de execução de uma operação de Garantia de Lei e da Ordem (GLO). Esse tipo de operação é usado pelas Forças Armadas para restaurar a normalidade no país de forma excepcional e com tempo determinado.
O advogado Paulo Cunha Bueno, que representa o ex-presidente da República, informou que Bolsonaro não sabia da existência desse documento.
"[O] PR desconhece esse documento sobre estado de sítio, merecendo observar que o estado de sítio, para ser decretado, demanda a convocação e aprovação prévia do Conselho da República e do Conselho de Segurança. Depois disso, precisa ser aprovado no Congresso. Portanto, não existe estado de sítio como ato unilateral de um presidente, o que o torna incompatível com um golpe de Estado nos moldes como está sendo narrado hoje", disse Cunha Bueno.