Bahia

Após agressão no Festival de Verão, presidente da torcida LGBT do Vitória pede identificação de segurança responsável

Em comunicado publicado nas redes sociais, a Bahia Eventos disse que está empenhada na apuração do caso e identificação do agressor. 

Alma Preta
Alma Preta

A noite que era para ser um encontro de alegrias se tornou um tormento para o publicitário, produtor cultural e presidente da torcida LGBT do Esporte Clube Vitória, Roberto Júnior. Ele foi agredido com socos no olho por seguranças do Camarote Smirnoff, na noite do último domingo (29), durante o Festival de Verão Salvador. O agressor, segundo a vítima, ainda não foi identificado.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, o publicitário relatou que saía de um banheiro após assistir ao show de Léo Santana e Luísa Sonza no Camarote Smirnoff, quando foi alcançado por cerca de oito homens que faziam a segurança do local, acusando-o de roubo de aparelhos celulares dentro do camarote.

Em diálogo com o Portal Salvador FM na tarde desta terça-feira (30), Roberto relatou que, após a agressão, uma produtora do evento o conduziu a um posto de saúde, onde recebeu cuidados iniciais. Em seguida, um representante da Bahia Eventos, empresa responsável pela organização do Festival, acompanhado de uma advogada, o levou até uma unidade da Polícia Civil dentro do Parque de Exposições, onde foi registrado um boletim de ocorrência. Após o registro do B.O., a Bahia Eventos providenciou um táxi para que ele retornasse para casa. No dia seguinte, o agredido foi ao Instituto Médico Legal para realizar exame de corpo de delito.

Identificação do agressor

Ainda em diálogo com a reportagem da Salvador FM, Roberto disse que a empresa responsável pela organização do Festival de Verão entrou em contato para saber de seu estado de saúde e colocar-se à disposição. Disse, ainda, que o agressor não foi identificado.

"Eles me disseram que estão procurando o agressor, que ainda não foi identificado. Mas não espero a responsabilização da pessoa física, e sim da pessoa jurídica", pediu.

O Portal Salvador FM teve acesso a um Termo de Depoimento lavrado pela 12ª Delegacia de Itapuã no qual uma testemunha relata o ocorrido e fornece características físicas do agressor.

"O segurança que desferiu o soco no rapaz era 'coroa', forte, alto, negro, tinha costeletas longas e pontiagudas e cavanhaque arredondado", diz o documento.

Um homem identificado como Gabriel Menezes dos Santos, que se apresentou no posto policial como representante da Prestserv Serviços e Consultoria, disse em depoimento que "não conhece o segurança agressor e não conhece o cidadão agredido, que cobre a área externa, e o fato ocorreu na área interna" e que "é vigilante e não exerce cargos na empresa", dizem as anotações do documento.

Em comunicado publicado nas redes sociais, a Bahia Eventos disse que está empenhada na apuração do caso e identificação do agressor. 

Durante o diálogo com o Portal, o presidente da torcida Orgulho Rubro-Negro pediu o andamento da Lei Bruno e Yan, proposta pela vereadora Marta Rodrigues (PT), e cria uma Política Municipal de Direitos Humanos.  A medida está em tramitação na Câmara Municipal. 

A proposta (194/2021), que está em tramitação, além de fortalecer na cidade o arcabouço jurídico no que diz respeito aos direitos humanos e à sua garantia perante a população- valendo-se da Constituição Federal – volta-se para pessoas jurídicas no sentido de induzi-las à responsabilidade social fomentando inclusão, compromisso antirracista e defesa absoluta dos direitos humanos. A ideia é que a lei estabeleça, também, articulação direta entre executivo municipal e conselhos da sociedade civil.

Apoio de famosos

Na manhã desta terça-feira (30), Roberto Júnior informou que teve uma reunião com a secretária de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Ângela Guimarães, na qual recebeu apoio psicológico e jurídico. Ele disse, ainda, que a pasta seguirá acompanhando o caso. Além da Sepromi, instituições, personalidades e políticos declararam apoio ao presidente da torcida Orgulho Rubro-Negro (ORN).