Marisa Monte pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta quinta-feira (26), a proibição do uso de suas músicas por candidatos eleitorais para paródias e jingles de campanhas. Segundo a artista, o uso pode gerar "associações bizarras" com seu trabalho.
"Isso pode gerar potencialmente uma série de associações bizarras entre personalidades, ideologias, entre partidos, candidatos, numa clara violação moral para os autores […] Não tem como dissociar um direito do uso da minha criação da minha pessoa. Eu, por exemplo, poderia passar por uma situação de um candidato que eu não tenha a menor afinidade conceitual nem de valores, pegar uma música minha, travesti-la de paródia para que pudesse utilizar numa campanha, numa propaganda", justificou.
A cantora afirma que nunca declarou um voto publicamente e que a associação das músicas com os candidatos faz sentir-se violentada.
"Eu tenho 35 anos de carreira, eu nunca declarei um voto, eu nunca apoiei publicamente um candidato. Eu faço questão de deixar sempre claro meus valores, é a forma de informar o meu público quanto as minhas preferências, e eu me sinto violentada com a possibilidade de ter a minha obra usada compulsoriamente, adulterada, ainda mais com as possibilidades que inteligência artificial vai trazer, numa campanha política eleitoral", afirmou.