Política

'A sociedade brasileira deu as costas aos donos da terra', diz Bacelar sobre morte de indígena

Durante sua participação, Bacelar falou sobre o ataque sofrido por indígenas na Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu

Vagner Souza/Salvador FM
Vagner Souza/Salvador FM

O convidado desta segunda-feira (22), no programa Fora do Plenário, foi o deputado federal Bacelar, do Partido Verde. Bacelar está em seu terceiro mandato na Câmara dos Deputados,  e  atualmente é titular das Comissões de Constituição e Justiça, da CPI do Futebol, coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Criação do Marco Regulatório dos Jogos e é suplente na Comissão de Turismo. Na área do meio ambiente, Bacelar é relator na Comissão Especial da Transição Energética. 

Durante sua participação, Bacelar falou sobre o ataque sofrido por indígenas na Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, no sul da Bahia, que resultou na morte de Maria de Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó, irmã do cacique Nailton Muniz Pataxó.

“Infelizmente a sociedade brasileira deu as costas aos donos da terra, as sociedade indígenas. Temos visto situações de perseguições, que não eram comuns na Bahia. Vai à minha solidariedade aos  Pataxó hã-hã-hãe.. Isso pode ser reflexo da desastrosa decisão de aprovação do Marco Temporal, isso pode ter estimulado os ditos proprietários de terra a fazer justiça com as próprias mãos. Temos que enfrentar essa questão e dar um basta. 

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Em nota, o ministério dos Povos Indígenas (MPI) afirmou que cerca de 200 ruralistas da região se mobilizaram após uma convocação para que fazendeiros e comerciantes retomassem, por meio da força, e sem decisão judicial, a posse da Fazenda Inhuma, ocupada por indígenas no último sábado (20). De acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), ainda era madrugada quando os agressores – membros de um grupo autointitulado “Invasão Zero” – cercaram a área ocupada, surpreendendo suas vítimas.

Dois fazendeiros da região foram detidos, incluindo, segundo o ministério, o suspeito de ter efetuado o disparo que atingiu Nega Pataxó. Policiais militares também detiveram um indígena que portava uma arma artesanal. Um não-indígena foi atingido por uma flechada em um dos braços.