A desembargadora aposentada Luislinda Valois (PSDBA-BA) é a nova secretária de Promoção da Igualdade Racial. Ela foi nomeada pelo presidente em exercício, Michel Temer, na sexta-feira (10). A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (13).
Na semana passada, a magistrada confirmou ao G1 o convite, mas não estipulou um prazo para resposta.
Por telefone, Luslinda Valois disse ao G1 que deve ir à Brasília até quinta-feira (16) para definir a data da posse. A desembargadora aposentada, que é baiana, disse que pretende, à frente da secretaria, dar continuidade ao trabalhor que já tem sido feito e imprimir novas ações a favor dos negros.
"Pretendo dar sequências ao trabalho que está sendo feito e criar novas ações para a inclusão do negro nos espaços de poder. Essa secretaria é uma forma de, pelo menos, amenizar o sofrimento do povo negro. Não resolve o problema, não resolve toda dívida que o Brasil tem com seus afrodescendentes", afirmou.
Secretaria
Hoje integrada à estrutura do Ministério da Justiça, a secretaria pertencia ao Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos no governo Dilma Roussef. A pasta foi extinta após a reforma ministerialrealizada por Michel Temer.
O Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos foi criado por Dilma em outubro de 2015 após redução ministerial. A pasta fundiu três secretarias que, até então, tinham status de ministério: Direitos Humanos, Mulheres e Igualdade Racial.
Após a posse do presidente em exercício, a ausência de mulheres e negros nos cargos de primeiro e segundo escalão foi criticada por ativistas e políticos. Após as queixas, o presidente em exercício nomeou a professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Flávia Piovesan para chefiar a Secretaria de Direitos Humanos e a ex-deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) para comandar a nova Secretaria de Políticas para Mulheres. Além disso, Maria Silvia Bastos Marques foi empossada como a nova presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Perfil
Filiada ao PSDB, Luislinda Valois é considerada a primeira juíza negra do Brasil. Conforme informações do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Valois foi professora do Colégio Militar no Paraná, advogada militante do Estado da Bahia e procuradora do Departamento Nacional de Estradas e Rodagens (DNER) antes de ingressar na magistratura.
Aprovada em concurso público, entrou na magistratura em 1984, quando foi designada para a comarca deParamirim (BA). Desde então, jurisdicionou em 17 comarcas do Estado. Em Salvador, atuou em mais de 28 unidades judiciais e extra-judiciais.
Em dezembro de 2011, em sessão plenária extraordinária do Tribunal de Justiça, a juíza foi promovida, pelo critério de antiguidade, ao cargo de desembargadora. No ano seguinte, já aposentada, Luislinda Dias de Valois Santos tomou posse na Academia de Letras José de Alencar, em Curitiba, no Paraná, ocupando a Cadeira nº 6. Além disso, recebeu o título de embaixadora da paz da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2012.
(Fonte: G1)