O vereador de Salvador, Tiago Ferreira (PT), rebateu o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Conder), Zé Trindade, após o gestor ter afirmado, na semana passada, que a empresa não servirá de "escritório político" durante as eleições municipais de 2024.
A declaração foi dada em entrevista ao programa BN no Ar, da Rádio Salvador FM, na última quinta-feira (4). "A Conder é uma empresa pública e ela vai atuar extremamente dentro dos limites que a lei permite. Logicamente que vamos ter uma orientação do governador Jerônimo, mas a Conder não vai funcionar como escritório político e eleitoral de nenhum candidato. Nem candidato a prefeito, nem a vereador", disparou Trindade, na ocasião.
Em entrevista ao Portal Salvador FM, nesta terça (9), o petista reagiu às declarações do chefe da Companhia. "Eu ouvi com um pouco de tristeza a fala do presidente da Conder, de que a empresa será feita de escritório politico. Ninguém quer isso. Nós sabemos que temos tempo eleitoral e que a nem a máquina estadual, nem a municipal, pode ser utilizada para isso. Não estamos propondo extrapolar os limites da lei, os quais obviamente nós vamos respeitar", iniciou o petista.
"Mas tem muita coisa que está parada, travada, e precisa 'rodar' para que a gente tenha fôlego de pedir o voto e a confiança dos eleitores para que a gente renove os nossos mandatos. A gente quer ver a política do resultado. A população não quer apenas a política do que a gente diz. Quer ver na ponta as coisas acontecendo […] Este é um jogo de sobrevivência e a gente precisa ter o instrumento governamental para cobrir esses votos que a gente vier a deixar de ter não ter a cabeça de chapa", completou.
Compensação
Na última quarta-feira (3), Tiago Ferreira, que é líder do PT na Câmara Municipal de Salvador (CMS), fez uma cobrança ao governo Jerônimo Rodrigues, após o Conselho Político comandado pelo chefe do Executivo estadual escolher o vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior (MDB), como pré-candidato do grupo à Prefeitura de Salvador, para as eleições de 2024.
Segundo o edil, a decisão deve interferir no voto de legenda no 13, que deve cair no pleito de outubro deste ano. Desta forma, para Ferreira, o Estado deveria realizar uma espécie de "compensação" de modo a atenuar uma eventual redução da bancada de esquerda na Casa Legislativa soteropolitana.
Na segunda-feira (8), ao ser questionado pelo Portal Salvador FM sobre a "compensação", o governador Jerônimo Rodrigues minimizou a questão e negou ter recebido pedidos do tipo por parte de vereadores.
"Não recebi isso, não. Eu, como líder dirigente do conselho político, em momento algum teve essa [solicitação de] forma de compensação. É natural que em qualquer lugar, vai ser assim em Feira, vai ser assim em Conquista, vai ser assim em Barreiras, que os partidos precisem equilibrar suas forças, e eu mesmo farei isso. Quando a gente define que nós temos a decisão tomada da unidade, foram os próprios partidos que pediram em Salvador, nós temos que caminhar com a unidade. Aqui não dá para ter dois nomes", disse o petista.