Em meio a cerimônia do ato "Democracia Inabalada", que marca um ano dos atos golpistas de 8 de janeiro, o ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Aldo Rebelo, negou que os acontecimentos daquel dia tenham sido uma tentativa de golpe. A afirmação foi feita durante entrevista ao site Poder 360.
“Faz bem à polarização atribuir ao antigo governo a tentativa de dar um golpe. Criou-se uma fantasia para legitimar esse sentimento que tem norteado a política nos últimos anos. É óbvio que aquela baderna foi um ato irresponsável e precisa de punição exemplar para os envolvidos. Mas atribuir uma tentativa de golpe a aquele bando de baderneiros é uma desmoralização da instituição do golpe de Estado”, afirmou.
Ainda segundo Aldo, o que houve na Praça dos Três Poderes foi semelhante à invasão da Câmara dos Deputados, em 2026, por integrantes dos Movimento dos Sem Terra (MST) e Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST).
“Eles levaram um segurança para a UTI, derrubaram um busto do Mário Covas. Eu dei voz de prisão a todos. A polícia os recolheu e eu tratei como eles de fato eram: baderneiros. Não foi uma tentativa de golpe. E o que houve em 8 de Janeiro é o mesmo”, emendou. Aldo Rebelo era, na época, o presidente da Câmara.
O ex-ministro ainda fez uma crítica ao papel que o Supremo Tribunal Federal (STF) tem desempenhado desde o dia 8 de janeiro do ano passado. “Atribuir ao STF a responsabilidade de protetor da democracia é dar à Corte uma função que ela não tem nem de forma institucional, nem política. Isso atende às necessidades do momento. Há uma aliança do Executivo e do Judiciário em contraponto ao Legislativo, onde o Executivo não conseguiu ter maioria. É uma compensação”, finalizou