Empres?ários? baian?o?s se reuniram nesta sexta-feira (10) para discutir processos de fusões e aquisições. O encontro aconteceu no no 1º Fórum FarolPar de Fusões e Aquisições, no Restaurante Amado, em Salvador?. No encontro, empresários puderam tirar dúvidas a respeito de processos de fusões, além de conversar com advogados especialistas nestas operações.
A primeira conferência foi ministrada por Azor Barros, da Warburg Pincus, ?gigante ?global norte-americana de Private Equity que já investiu mais de US$ 55 bilhões em mais de 750 empresas de 35 países. "Mesmo com a crise, não perdemos o apetite. Recentemente, em janeiro, fizemos um investimento de U$200 milhões. Buscamos empresas que tenham um time bom, com capacidade de crescimento e um gestor que possa trabalhar de forma alinhada", definiu Barros.
Em sua palestra, ele citou os setores que mais despertam interesse dos investidores de Private Equity: tecnologia, consumo, saúde, serviços, energia, com espaço também para infra-estrutura e educação. "É preciso saber que cada setor tem uma margem de lucro específica. Por exemplo, quem investe no setor de moda costuma esperar uma margem de 20%, enquanto quem investe em tecnologia exige pelo menos 50% de lucro."
?Guilherme Costa e Daniel Freu?ler, sócios da FarolPar, citam que algumas empresas baianas até são alvo de investimento de Private Equity, mas algumas vezes nem sabem que têm essa opção ainda. "Mas quem tiver interesse em acessar essa fonte de capital precisa começar a preparação cedo, pois não é um processo que se faça da noite para o dia."
Private equity é um tipo de atividade financeira realizada por instituições que tornam-se sócias das empresas e lucram posteriormente ao vender a parte que lhes pertence. Para Frederico Viana, sócio d?o escritório Souza Cescon, este tipo de investimento tem como benefício o fato de que a empresa oferece aporte financeiro, mas também expertise.
Os fundos de Private Equity exigem do empresário transparência e capacidade de compartilhar informação. Em troca, influenciam na gestão com planejamento, profissionalização, credibilidade, apoio na análise de novos negócios, redução do endividamento, governança e práticas de controle aprimoradas de modo a garantir retornos ?mais expressivos?. Em média, a união entre empresa e fundo investidor dura sete anos, mas pode chegar a dez. É investimento de médio a longo prazo.
Na relação entre as partes, não é incomum que alguns processos gerem falta de consenso. As maiores dificuldades ocorrem em relação ao ajuste de preço, à quebra de representações e garantias, aos pedidos de contingências ou passivos ocultos e à liberação de garantias. "Por isso é importante que o empresário cuide bem do contrato e preserve todos os documentos da negociação. Já cuidei de um caso de litígio, por exemplo, que foi gerado pela falta de um verbo no texto do contrato", sinaliza Gabriel Seijo, também da Souza Cescon.?
Ele cita que ?o principal desafio é manter uma agenda constante de troca de informações. Passivos trabalhistas e contábeis não inviabilizam a negociação com um fundo de investimento, mas a empresa não pode escondê-los. O ideal, inclusive, é procurar um fundo que se adeque melhor ao perfil da empresa? – para isso a importância de contar com assessoria financeira e estratégica ?especializada.
Para Renato Mendonça, especialista em auditoria e asseguração da Performance, o ponto crítico deste tipo de operação são as contingências: incertezas e preocupações com atividades tomadas no passado que podem gerar desembolsos futuros. "O processo de auditoria é exigente, então o ideal é que a empresa se cerque de profissionais qualificados, tanto na assessoria financeira?, ?jurídica? bem como toda parte contábil", indica.
(Reprodução: Correio 24 horas)