Bahia

Grupo sem-terra mantém ocupação do Incra na Bahia

O protesto do MST no Incra, no Centro Administrativo da Bahia, chega ao terceiro dia

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Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) seguem acampados no prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na Bahia,  no Centro Administrativo (CAB), em Salvador.

Além da capital, há ações em Itabuna e Bom Jesus da Lapa. Cerca de 1.500 pessoas participam das três mobilizações, segundo o coordenador do MST Bahia, Evanildo  Costa.

Na tarde desta quinta, a superintendência do órgão recebeu a pauta do movimento. As lideranças exigiram a presença do presidente Incra, Leonardo Góes. Com isso, um documento foi formalizado e enviado a Brasília.

O grupo reivindica a volta do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), extinto pelo governo interino de Michel Temer, e a demarcação federal, de terras indígenas, quilombolas e para a reforma agrária. O decreto que demarca esses lotes foi assinado na gestão da presidente afastada  Dilma Rousseff, mas foi revogado por Temer.

Em nota, a superintendência afirmou que não iria comentar o que chamou de "motivações ideológicas" das ocupações do MST. Pelo menos mais quatro estados tiveram sedes do Incra ocupadas: Pará, Pernambuco, Piauí e Tocantins.

Exoneração

Na Bahia, a ocupação coincidiu com a exoneração do agora ex-superintendente do órgão, Luiz Gugé.  A demissão, segundo o comunicado do Incra, foi decisão do próprio Gugé, servidor de carreira, que "não quis criar entraves" para a transição promovida pelo atual governo.

"O cargo de superintendente regional é uma indicação política", frisou a nota do órgão, informando que o ex-superintendente voltará à função de perito federal agrário. Questionado, o coordenador do MST no estado, Evanildo Costa, evitou criticar a exoneração. Ele disse considerar Gugé "uma pessoa comprometida com a reforma agrária".

Segundo Costa, outros 12 superintendentes do órgão já foram desligados no país. "Para nós, independente de quem estiver no cargo, vai ter luta, como sempre foi ao longo da história", disse.

"Mas estamos defendendo o órgão que criava política pública para a classe trabalhadora do campo, que é a responsável por produzir 70% dos alimentos que vão para a mesa dos brasileiros", disse o líder sem-terra a respeito da crítica quanto à extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário.