Política

Deputados de oposição na AL-BA cobram Jerônimo a alinhar com Lula medidas para minimizar prejuízos com a seca na Bahia

Pedro Tavares (União) fez cobrança durante discurso na tribuna da AL-BA, na terça-feira (5)

Montagem | Divulgação/AL-BA
Montagem | Divulgação/AL-BA

O deputado estadual Pedro Tavares (União Brasil), voltou a cobrar ao Governo do Estado urgência na implantação de medidas para minimizar os efeitos da seca no estado. Em discurso na tribuna da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), na terça-feira (5), o deputado relatou o sofrimento dos municípios, em diferentes regiões e o pedido de socorro por parte da população.

Lembrando que o fenômeno El Niño estava previsto há mais de seis meses, Tavares criticou a ausência de um planejamento voltado a conter os prejuízos e citou que alguns estados já formaram comitês de enfrentamento a seca, enquanto a Bahia segue sem o anúncio de providências.

“Ainda não vimos ações concretas e integradas, ou seja, a gestão estadual é aliada ao governo federal, portanto por que não estabelecer uma parceria com a Conab para colocar o milho a um preço justo? Esse é um dos exemplos do que pode ser feito, pois os prejuízos com a forte estiagem são inestimáveis. A Bahia está pegando fogo, as pessoas estão sem água, os animais morrendo, as queimadas se estendendo cada vez mais e até o momento não vimos ações efetivas por parte da Secretaria de Agricultura”, afirmou. 

Segundo Tavares é preciso que o Governo implante medidas urgentes com o Governo federal e as entidades de classe.
O deputado também sugeriu que o Poder Legislativo, de forma semelhante ao que ocorreu no período da pandemia, possa votar decretos de emergência em favor dos municípios, possibilitando que recursos sejam viabilizados e empréstimos agrícolas sejam prorrogados, com o objetivo de minimizar os impactos negativos da seca.

Demora

Quem também fez coro às falas de Pedro Tavares foi o também deputado estadual Manuel Rocha (União). Ele, que é presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa (AL-BA), cobrou do Governo do Estado, na terça-feira (5), um plano de ação para enfrentar a seca em municípios baianos. 

Ao todo, já são mais de 130 cidades que já decretaram situação de emergência devido à falta de chuvas, que afetam mais de 371 mil produtores baianos que precisam do campo para sobreviver.

Segundo ele, o governo demora ao adotar medidas, uma vez que os efeitos do fenômeno El Niño já estavam anunciados e eram esperados. “O governo errou ao não adotar antes um plano de contingenciamento para enfrentar as consequências do El Niño. Parece que o governo dormiu no ponto em uma área muito sensível que envolve a sobrevivência das pessoas”, afirmou. 

Durante reunião deste terça, a Comissão de Agricultura solicitou também uma audiência com o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e com secretários de Estado ligados à agropecuária. “Precisamos de esforços do governo do estado que se convertam em ações de combate à seca. Até agora o governo não se pronunciou, não publicou ações e medidas de enfrentamento à seca. Nem o estado nem o governo federal. Solicitamos uma audiência com o governador e com secretários para pedir a apresentação de um plano, montar um comitê de combate à crise”, afirmou.

Em regiões como o Sudoeste, os relatos são de 10 meses sem chuva. Manuel Rocha citou ainda um vídeo, que viralizou nas redes sociais, de moradores de Piripá, no Sudoeste da Bahia, ajoelhados ao redor de uma barragem, fazendo uma novena e orando a Deus para que chova na região. 

Segundo dados da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), a produção de leite informal já diminuiu mais de 50% em todo o estado e a apicultura também já tem perda acima de 50%. Nas regiões produtivas da Bahia, o plantio de milho e de feijão está totalmente atrasado. 

“Essa situação pode afetar a segurança alimentar, pode elevar o preço dos alimentos. As pessoas esperam por ações e resultados práticos para amenizar essa situação e dar esperança. O governo precisa montar um comitê de crise, reunir prefeitos e lideranças e adotar medidas que mitiguem os efeitos graves que a seca está causando. Rebanhos estão morrendo, muitas famílias estão passando dificuldades”, salientou Rocha.