O Dia Nacional da Baiana de Acarajé, celebrado neste sábado (25), foi marcado por festa e homenagem às quituteiras que são símbolos de tradição e da cultura afrobrasileira. A Prefeitura de Salvador promoveu um evento ao lado do Monumento da Cruz Caída, na Praça da Sé (Centro Histórico), para a entrega de 580 kits a profissionais que atuam no segmento. O conjunto conta com um tabuleiro, sombreiro, vestimenta, caixas térmicas, placa de sinalização, colheres de polietileno, lixeira e protetor de fogareiro.
A ação integra a programação do Novembro Salvador Capital Afro e visa melhorar as condições de trabalho das baianas de acarajé, que contribuem para a gastronomia e fortalecimento da identidade local.
“Não há um filme, um documentário ou qualquer veiculação que se faça para projetar Salvador no Brasil e no mundo que não representem as nossas baianas. Elas são o retrato da nossa cidade. Sei que temos mais de 580 baianas na cidade e, por isso, essa é a primeira etapa de distribuição de kits. Investimos R$ 2,2 milhões e garanto que até o final de 2024 alcançaremos todas aquelas que precisam”, afirmou Bruno Reis.
O prefeito lembrou de outras iniciativas da Prefeitura para valorizar a categoria, citando construção de quiosques para vendas de acarajé em praças e espaços públicos, de um monumento dedicado às quituteiras, em Amaralina, e da reforma do Memorial das Baianas, na Praça da Sé. E mais novidades estão a caminho. “Vamos dar a remissão dos débitos e isenção do pagamento das licenças a todas as baianas de acarajé. O projeto já está na Câmara de Vereadores”, reforçou o gestor.
Presidente da Associação das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares (Abam), Rita Santos, comemorou as conquistas: “A Prefeitura fez um mapeamento com mais de 1,1 mil baianas que atuam na cidade, e os utensílios que serão distribuídos para uma parte delas a partir de hoje vai ajudar bastante nas atribuições do dia a dia”, disse.
A festa em homenagem às baianas movimentou o Centro Histórico da cidade. Uma missa foi celebrada na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Pelourinho, seguida de um cortejo até a Cruz Caída, na Praça da Sé, acompanhado pelo grupo percussivo Tambores e Cores, do Mestre Pacote.
No Memorial das Baianas e sede da Abam, foi disponibilizado almoço para as baianas e acompanhantes. A programação contou ainda com a apresentação de grupos musicais. “A Prefeitura está apoiando essa ação que ocorre no final do Novembro Salvador Capital Afro, período pelo qual fizemos um investimento grande para promover a cultura negra na cidade”, lembrou o secretário de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho.
Reconhecimento – O ofício das baianas de acarajé é patrimônio cultural do país, inserido no Livro dos Saberes em 2004. As baianas também são patrimônio imaterial da Bahia, desde 2012, e o acarajé é patrimônio cultural de Salvador desde 2002, com a publicação da Lei Municipal Nº 6.138/2002.