Saúde

Com programação especial, 4° Encontro Baiano de Pessoas com Gagueira será realizado na UFBA

Encontro acontece no próximo sábado (25)

Reprodução/Freepik
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Com uma programação diversificada e muito especial, o 4° Encontro Baiano de Pessoas com Gagueira será realizado no próximo sábado (25), no auditório do Instituto de Ciência da Saúde, na Universidade Federal da Bahia, das 8h às 18h.

Com o objetivo de promover informação sobre a gagueira e o debate sobre a discriminação contra pessoas que gaguejam, o evento conta com a participação de profissionais especializados no tema, como representantes de entidades, fonoaudiólogos, e pessoas que gaguejam compartilhando suas experiências.

O evento é aberto ao público, e qualquer pessoa interessada pode se inscrever pelo Sympla através deste link.

A gagueira atinge cerca de 10 milhões de brasileiros, que normalmente manifestam os sinais já na infância. Por essa razão, muitas crianças e adolescentes sofrem com o bullying nas escolas e nos espaços de convivência, impactando no seu desenvolvimento e sociabilidade. 

Segundo Fernando Andrade, “com a maior informação, mais cedo os pais podem levar seus filhos para um fonoaudiólogo especialista, evitando estas situações e iniciado um tratamento adequado ao nível de disfluência de cada criança”.

O reflexo de crescer rodeado de preconceito é um adulto por vezes traumatizados, inseguros e com baixa autoestima, sem condições de lidar com difícil realidade do mercado de trabalho, vida social e em seus relacionamentos. Entretanto, vale ressaltar que temos exemplos de várias pessoas em vários nichos da sociedade com sucesso, sendo um espelho para todos, como Joe Biden, Murilio Benicio, Julia Roberts, Isaac Newton, entre outros.

Na visão de Fernando Andrade, membro do Abragagueira e um dos mobilizadores do encontro, a desinformação é a principal causa para que a discriminação se perpetue no país e no nosso estado.

"Tem muitos adultos que desistem de ir para entrevista de emprego, ou que são maltratados quando chegam para serem entrevistados. Foram crianças que sofreram na escola, quando o professor pedia para ler em voz alta, falar sobre algum tema, ou um simplesmente na chamada falar “presente”, e sempre acaba sendo humilhado, sofrem bullying", relata.

Segundo Fernando, 'mitos' populares, passados pelas gerações, contribuem para uma visão estereotipada e negligenciada da questão da gagueira.

"Pensam que é emocional, que é uma doença, que tem cura. Acha que foi porque tomou um susto na infância e precisa passar por outro susto, ou que bateu a cabeça e ficou gago. Tudo isso é mito", diz.

De acordo com especialistas, a gagueira é um distúrbio neurobiológico que afeta a fala, caracterizada pela disfunção desta, caracterizada por repetição de sons e sílabas ou por paradas involuntárias, que comprometem a fluência verbal, sendo hereditária e não tem cura e sim tratamento. 

Enquanto a ciência e o conhecimento avançam para explicar as causas e efeitos da gagueira, é preciso que cada vez mais pessoas que não gaguejam compreendam o assunto, em especial, familiares e amigos daqueles que tem essa condição. 

"As pessoas precisam saber dar nosso tempo de fala", adverte Fernando.

Ele ressalta ainda a necessidade da criação de políticas públicas voltadas para esta parte da sociedade, e de projetos de leis que possam garantir equidade e dignidade, melhorando a qualidade de vida como um todo.