A pandemia da desinformação, a violência política e a ascensão da extrema-direita no mundo são grandes desafios atuais que tem algumas respostas no documentário espanhol Resistências: arte e palavras para combater a difamação política. A série de cinco episódios estreia nacionalmente em Salvador, nesta sexta-feira (10), às 19 horas, na Sala Walter da Silveira, na Biblioteca Central, nos Barris, com a participação do ex-deputado federal, jornalista e escritor, Jean Wyllys, e da antropóloga Débora Diniz.
A estreia nacional é fruto de uma parceria entre o Instituto Cervantes Salvador e a plataforma openDemocracy, responsável pela série documental espanhola. Após a exibição do documentário, os protagonistas participam de um debate. Estarão presentes, além de Jean Wyllys e Débora Diniz, o coreógrafo Wagner Schwartz, a filósofa e escritora Márcia Tiburi; a diretora da série, Cristina Juliana Abril, e o produtor e jornalista Francesc Badia, ambos espanhóis.
Com episódios entre 15 e 20 minutos de duração cada, Resistências conta as histórias de quatro intelectuais e artistas de destaque na esfera pública brasileira, que foram vítimas de ódio político em seu país de origem e que, mesmo em exílio em diferentes lugares do mundo, seguiram lutando para sobreviverem à violência da difamação digital e pensando formas de enfrentá-la politicamente.
Todos os protagonistas foram vítimas das chamadas fake news, da tentativa de assassinato de suas reputações e das ameaças de morte, no final de 2018. Filmado entre 2021 e 2022, nas cidades de Barcelona, Paris, Nova York e Londres, lugares em que viviam os diferentes exilados, Resistências estreou com sucesso de público e de crítica no exterior.
Na última semana, Jean Wyllys esteve na capital baiana reunido com o diretor do Instituto Cervantes Salvador, Daniel Gallego, e o produtor espanhol Francesc Badia, ajustando os últimos detalhes para a exibição do filme e o debate. O apoio ao projeto também integra as ações do instituto no fortalecimento e promoção da cultura espanhola em todo o mundo.
“Este é um tema de repercussão global, com as questões centrais afetando a população de todos os países do mundo, por isso entendemos como fundamental promover não apenas a exibição do filme, mas o debate. Realizar a estreia nacional desta série documental em Salvador e na Bahia também é muito importante para nós”, afirma o diretor do Instituto Cervantes, Daniel Gallego.
“Trata-se de um documento emocionante e politicamente muito potente sobre um tema que hoje assombra o mundo e que ameaça artistas, intelectuais e políticos em toda parte: a desinformação com fins de assédio, silenciamento, assassinato de reputações e desumanização. Vejamos, por exemplo, o papel que este mal está jogando nas guerras da Ucrânia e no Oriente Médio”, explica o jornalista Francesc Badia, idealizador e produtor da série.
