A DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima) assumiu a coordenação das investigações do estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos, ocorrido na semana passada no Rio de Janeiro, segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil.
"A medida visa evidenciar o caráter protetivo à menor vítima na condução da investigação, bem como afastar futuros questionamentos de parcialidade no trabalho", explica o comunicado da Polícia Civil.
A investigação passa a ser conduzida pela delegada Cristiana Bento, no lugar de Alessandro Thiers, titular da Delegação de Repressão aos Crimes de Informação (DRCI).
A mudança atendeu ao pedido da até então advogada da vítima, Eloísa Samy, que recorreu à Justiça do Rio e ao Ministério Público com o argumento de que a adolescente foi intimidada pelo delegado durante os depoimentos prestados na sexta-feira (27). Na noite deste domingo, a família dispensou o trabalho dela.
Agora as investigações sobre o estupro serão desmembradas. Thiers cuidará apenas das investigações relativas ao vazamento do vídeo divulgado na internet.
"A Delegada Cristiana está analisando as provas colhidas até o momento no inquérito policial, incluindo depoimentos e outras diligências realizadas pela Polícia Civil, definindo os próximos passos da investigação", informa a polícia, no comunicado. Cristiana já acompanhava o caso, mas não era a responsável direta pela investigação.
Rixa antiga
Segundo a Folha de S. Paulo, a ex-advogada da adolescente e Thiers já haviam sido antagonistas em 2014, quando ela defendia manifestantes acusados de atos violentos durante os protestos populares.
No início da manhã, sob o título de Vitória das Mulheres, Eloísa chegou a comemorar a troca da coordenação das investigações na internet.
"EU CONTEI. ERAM 33 HOMENS", AFIRMA VÍTIMA
"O delegado Alessandro Thiers não é mais o encarregado da investigação do estupro coletivo", escreveu Eloísa em uma rede social. Segundo ela, a decisão foi tomada pela juíza do plantão noturno do Tribunal de Justiça, que determinou o desmembramento do inquérito para que as investigações sejam, daqui por diante, conduzidas pela Delegacia da Criança Vítima.
Tal informação foi desmentida no início da tarde pelo Tribunal de Justiça do Rio.
Reprodução: UOL