Em um trecho do diálogo entre o ex-presidente José Sarney (1985/1990) e Sérgio Machado, que dirigiu a Transpetro durante 12 anos por indicação do PMDB, o alvo foi o juiz federal Sérgio Moro, que pôs nas ruas a explosiva Operação Lava Jato.
O próprio Machado fez as gravações com Sarney e com outros caciques do PMDB, inclusive Renan Calheiros, presidente do Congresso.Machado é investigado na Lava Jato e tem medo de cair nas mãos de Moro.
A repórter Camila Bonfim, da TV Globo, teve acesso às escutas de Sérgio Machado.
Nesse trecho, o ex-presidente da Transpetro ataca dois ministros do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.
“José Sarney: E com esse Moro perseguindo por besteira…
Sérgio Machado: ‘Presidente, esse homem tomou conta do Brasil. Inclusive o Supremo fez porque é pedido dele. Como é que o Toffoli e o Gilmar fazem uma porra dessa? Se os dois tivessem votado contra, não dava. Nomeou uns ministros de merda com aquele modelo.’
Sarney concorda. ‘Todos.’
O diálogo foi gravado em março, quando ainda estava em curso na Câmara o processo de impeachment de Dilma e a crise já se alastrava por Brasília.
José Sarney: Ela (Dilma) não sai. Resiste. Diz até a última bala.
Sérgo Machado: Não tem rabo, não tem nada.
Sarney: Acha que não tem rabo. Tudo isso foi…é o governo, meu Deus! Esse negócio da Petrobrás. São os empresários que vão pagar, os políticos! E o governo que fez isso tudo?
Machado: Acabou o Lula presidente.
Sarney: O Lula acabou. O Lula, coitado, ele está numa depressão tão grande!
Machado: O Lula. E não houve nenhuma solildariedade da parte dela (Dilma).”
Reprodução: Estadão