Polícia

Caso Hyara: Ministério Público da Bahia contesta Polícia Civil por laudo de morte da cigana

O DPT informou, nesta quinta-feira (21), que a Coordenadoria Regional de Polícia Técnica de Porto Seguro recebeu um ofício do MP-BA

Reprodução/Redes Sociais
Reprodução/Redes Sociais

O Ministério Público (MP-BA) questionou o Departamento de Polícia Técnica (DPT) sobre o laudo médico da morte da adolescente Hyara Flor, de 14 anos. O DPT informou, nesta quinta-feira (21), que a Coordenadoria Regional de Polícia Técnica de Porto Seguro recebeu um ofício do MP-BA com perguntas complementares relacionadas ao caso. 

Os questionamentos foram enviados para a Polícia Civil após um parecer emitido por um perito contratado pela família da adolescente contestar a versão apresentada pelo DPT, em agosto deste ano. De acordo com o inquérito, o disparo que matou a vítima foi feito de forma acidental pelo cunhado dela, uma criança de nove 9 anos, enquanto os dois brincavam com uma arma de fogo.

Já o perito contratado pela família da vítima, que esteve no local do crime e acessou o inquérito policial, concluiu que uma pistola calibre 380 não pode ter sido disparada por uma criança de 9 anos.

Argumentos contestatórios 

Um dos argumentos utilizados pelo perito contratado pela família de Hyara é de que a diferença de altura entre Hyara Flor e o cunhado, de apenas 9 anos, obrigaria a criança a realizar um disparo de baixo para cima, permitindo a presença de uma "zona de tatuagem" em grande parte do pescoço, em torno do ferimento. De acordo com o documento acessado pelo g1, o perito da Polícia Civil concluiu apenas a zona de tatuagem apenas na região abaixo da cabeça. 

Além disso, o parecer contestatório aponta faltam no inquérito ou são insuficientes outras provas, como, por exemplo, o trajetória e trajeto balístico; resposta as perícias de DNA e digitais na arma; reprodução Simulada; perícia do aparelho telefônico da vítima, e a constatação da exata vertebra cervical onde ficou alojado o projétil.

O perito forense responsável pelo parecer de contestação atuou em casos de grande repercussão como a morte da mãe do menino Bernardo Boldrini e de Felipe Vieira Nunes, de 30 anos, morto pela PM durante a Operação Escudo, em Guarujá, no litoral de São Paulo, em julho deste ano.