Líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o deputado estadual Alan Sanches (União Brasil) criticou a decisão do Governo do Estado de cortar o salário dos professores estaduais que protestaram contra o pagamento dos precatórios do Fundef sem juros e correção. Em alguns casos, a perda é de R$ 800 pelos dias paralisados.
“Será que já precisava fazer uma demonstração de que é assim que é assim que eles tratam, na ditadura e no chicote, cortando o salário, sem sentar para negociar? Tenho certeza que o Governo do Estado não vai fazer essa maldade e vai restituir os dias que foram descontados”, afirmou, durante a sessão plenária desta quarta-feira (30).
“Qual a mensagem que a gente consegue perceber nisso, que é justamente para amedrontar os professores. Para passar a mensagem subliminar, dizendo o seguinte, ‘não façam isso, não entrem em greve porque eu vou descontar. Não ensinem seus alunos a brigarem pelos seus direitos’”, acrescentou.
Para Alan, os cortes foram recebidos com perplexidade, sobretudo, porque o governador Jerônimo Rodrigues (PT) é um professor de formação.
“Cortar os salários beira a insanidade. Ninguém ia acreditar que o governador do Estado, um professor, pudesse descontar os salários por causa de uma paralisação legítima dos professores”.
Segundo Alan Sanches, a resistência do governo em pagar os precatórios com juros atingiu mais de 50 mil trabalhadores da educação e pode ainda gerar novas mobilizações.
“Por um erro de tratativa do governador e do seu secretariado, pode haver uma nova greve, uma paralisação. Toda a classe está muito insatisfeita. Basta uma fagulha para acender tudo isso. E não é o que a população quer. O que se pede é respeito pela categoria”, completou o líder da oposição.