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Mãe Bernadete é enterrada ao lado do filho; ONU pede investigação "célere, imparcial e transparente"

Após o enterro da líder, a Organização das Nações Unidas (ONU), através do escritório regional para a América do Sul, declarou solidariedade aos familiares de Mãe Bernadete e convocou ação do Estado Brasileiro.

TV Bahia
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O corpo da líder quilombola e ialorixá Beradete Pacífico, conhecida como mãe Bernadete, foi enterrado no final da manhã deste sábado (19), no Cemitério Ordem Terceira de São Francisco, na Baixa de Quintas, ao lado do filho, Flávio Gabriel Pacífico, líder comunitário executado há seis anos. 

Os dois crimes ocorreram no Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, e em nenhum dos casos houve prisão dos assassinos ou mandantes dos crimes. Na última quinta-feira (17), Bernadete assistia televisão com três netos, quando dois homens usando capacetes, invadiram o quilombo, prenderem os adolescentes em um cômodo da casa e executaram a tiros a líder quilombola. 

Durante o enterro, Jurandir Wellington Pacífico, filho de Mãe Bernadete, disse que ambos os crimes podem ter o mesmo mandante. Ambos denunciavam invasões de terras quilombolas em Simões Filho. "Não são os mesmos autores, mas pode ser o mesmo mandante", disse. 

ONU condena assassinatos

Após o enterro da líder, a Organização das Nações Unidas (ONU), através do escritório regional para a América do Sul, declarou solidariedade aos familiares de Mãe Bernadete e convocou ação do Estado Brasileiro.

“A ONU Direitos Humanos convoca o Estado brasileiro a realizar uma investigação célere, imparcial e transparente, e que sejam respeitados os mecanismos de proteção legal para o amparo das comunidades quilombolas, bem como medidas de proteção e reparação para os familiares e a comunidade de Bernadete Pacífico”, diz o texto.

A Organização também pediu que o Estado reforce a proteção contra lideranças e ativistas pelos direitos humanos. 

“Diante da constante violência, o organismo reforça o apelo pela proteção a lideranças e pessoas defensoras dos direitos humanos. Nesse sentido, chama o Estado a cumprir seu dever de proteger a vida, a integridade pessoal, os territórios, a liberdade religiosa e os recursos naturais desses povos”, ressalta o comunicado.

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