Os abusos a menores cresceram nos últimos anos até se transformar em um "fenômeno endêmico" mundial favorecido pelo aumento do número de viagens de negócios em lugares até agora remotos. O estudo, financiado pelo Ministério das Relações Exteriores da Holanda, foi apresentado nesta quinta-feira (12) no Congresso dos Estados Unidos.
O relatório da ECPAT International, a maior rede dedicada a combater a exploração sexual infantil, descreve as tendências do "turismo sexual" em diferentes partes do mundo e alerta que o perfil de que abusam de menores já não se limita ao de homem branco, ocidental, rico e de média idade.
Desta forma, já não há um "perfil típico" de abusador e os crimes são cometidos em muitos casos por indivíduos que viajam dentro de seu país ou da região. Os abusadores ainda têm suas atividades facilitadas pela internet e pela tecnologia móvel, que lhes permite ficarem no anonimato.
O Sudeste Asiático continua sendo uma das regiões onde se concentra a exploração sexual de menores por turistas e, atualmente, costuma acontecer com meninos na rua e meninas em bordéis e em outros estabelecimentos, detalha a investigação da ONG.
Por outro lado, na América Latina os abusos a menores aumentaram com o crescimento do turismo, que quadruplicou desde 1980.
Três quartos do número de turistas que viajam para a América Latina vêm de EUA e Canadá, países "de demanda" que costumam "enviar" para o mundo os indivíduos que fogem das duras leis nacionais e cometem os abusos sexuais em nações com legislações mais leves, explica o estudo.
A investigação da ECPAT International foi financiada pelo Ministério das Relações Exteriores da Holanda com apoio da Agência Sueca de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional e da Fundação Oak, dedicada a abordar diferentes problemas sociais e ambientais.
A publicação do estudo coincide com o 20º aniversário do primeiro Congresso Mundial sobre exploração sexual de Meninas, Meninos e Adolescentes, realizado em Estocolmo (Suécia) em agosto de 1996.
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